Fiquei encucado, confesso. O termo mensalão ganhou as manchetes em 2005/06 após uma série de denúncias de Roberto Jefferson, que deu de dedo em José Dirceu e, no fim das contas, derrubou quase todos da cúpula petista. Foi decapitação de Delúbio Soares a João Paulo Cunha. Coisa feia e grande. Acompanhei com apreço o momento e, posso estar enganado, não vi nossa juventude invadindo o congresso, pedindo CPIs e levando caixões para Brasília. O que se via era um silêncio obsequioso digno da arquitetura vazia de Niemeyer. A juventude tarda mas não falha. Eis que agora, com denúncia contra o partido opositor do presidente, se descobre um esquema para lá de semelhante.
“Cerca de 150 manifestantes invadiram o plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal nesta quarta-feira (2) em protesto contra as denúncias de corrupção envolvendo políticos de Brasília. Com um caixão, eles quebraram duas portas de vidro da Casa e subiram na Mesa Diretora. Para evitar mais depredação, seguranças retiraram computadores e outros objetos do plenário.
Os manifestantes –estudantes e pessoas com bandeiras do PSTU– gritaram palavras de ordem e frases como “O Arruda vai cair” e “Arruda na Papuda, PO no xilindró”.” Trecho de matéria do G1.
Lula já correu para dar uma amenizada no Arruda, que nem com muita arruda parece poder ser salvar. Para nosso glorioso presidente, a imagem de um homem entupindo a cueca com R$ 30 mil “não fala por si só”. Declaração que faz sentido se pensarmos que foi feita por um cara que foi eleito com milhões de dólares computados de forma não oficial. “Todos fazem”. Nem todos, porém, são sepultados em praça pública.
Minha pergunta aos jovens: Por quê?