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O Jornalista e a ética do umbigo

Ao contrário da maioria dos comentaristas do blog, não me parece óbvia a necessidade da obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão. Entendo e concordo em parte com os que alegam que a formação de um profissional é muito mais que saber escrever bem, mesmo que sem essa qualidade seja mais difícil conseguir emprego.

Mas será que os objetivos estão sendo alcançados? Eu acredito piamente que não. E meu argumento é baseado justamente nesta discussão. Vejam vocês, que tipo de jornalista está sendo formado que se preocupa mais em discutir se deve ser exigido ou não o diploma enquanto o Supremo Tribunal Federal dá início às discussões sobre toda a Lei de Imprensa?

O que interessa mais para a sociedade? Pelo que se viu nos últimos dias, deve-se concluir que o jornalista acredita que os leitores e afins estão mais preocupados em saber se quem escreve saiu de uma das 50 faculdades de jornalismo de Curitiba e não se esse mesmo profissional é consciente do seu meio. Escolhemos focalizar a discussão em nossos umbigos, que é uma parte quase insignificante do todo.

Não comentei antes para não “queimar a língua”, já que aqui ficaria registrado. Esperei para ver. Não deu outra. Quem acompanhou as manifestações da classe realizadas na terça-feira em todo o país deve ter ficado muito preocupado. Os sindicatos e jornalistas em marcha pela obrigatoriedade do diploma, e nem uma linha sobre a reforma ou extinção da Lei de Imprensa.

Procurei algo no site do Sindijor-PR que aprofundasse a discussão e que não tivesse ligação com a obrigatoriedade. Nada nos últimos dias. E o STF começa o julgamento hoje das duas questões.

O recado dado à sociedade ficou bem claro. O jornalista está mais preocupado com seu emprego que com o jornalismo. Essa é a ética dos nossos bacharéis?

Texto editado às 17h

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