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Um jovem asiático tem a missão de levar uma espada, passada de geração em geração, para o tio após a morte de seu pai. Todos têm ligação com o crime organizado. Quando desce do avião é recebido a balas. Os bandidos desovam o corpo dele em um rio. Só que Huang Lee sobrevive, mesmo atingido por um tiro na cabeça. Recuperado, parte em busca dos assassinos de seu genitor e das pessoas que roubaram a relíquia. A história poderia ser um filme de Quentin Tarantino ou Guy Ritchie, mas é um jogo. E polêmico.

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Grand Theft Auto: Chinatown Wars, lançado na semana passada, é a estreia da famosa série no console portátil Nintendo DS. O jogo se passa na cidade de Liberty City, dominada por traficantes, cafetões, contrabandistas e outros criminosos. O tio de Huang Lee está para ser destituído de seu bando caso não recupere a espada. O protagonista, então, tem que realizar uma série de missões para encontrar o objeto. Entre as tarefas estão roubar carros, atropelar e matar pessoas e traficar drogas, a mais lucrativa forma de ganhar dinheiro. A velocidade da narrativa, as reviravoltas e os diálogos ácidos e irônicos dão o tom cinematográfico nas mais de 15 horas de jogatina.

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O maior desafio da produtora Rockstar Games foi transpor o universo 3D de GTA para o console com a menor potencia de gráficos desta geração. Os cenários são imensos, no estilo “sandbox”, que permite que o jogador interaja com quase todos os elementos colocados na tela. Com as limitações técnicas, os diálogos são feitos em caixas de textos e não com áudio. A tela superior do console é usada para o cenário, deixando a inferior com a barra de tarefas, na qual ficam as informações do GPS e do computador pessoal de Huang Lee. A jogabilidade, que se torna intuitiva em poucos minutos e usa muito bem a tela sensível ao toque, é um dos grandes trunfos.

Com classificação para maiores de 18 anos, a série já foi acusada de banalizar a violência, explorar o sexo e fazer apologia a organizações criminosas. Até Hillary Clinton , secretária de Estado dos Estados Unidos, encampou, há alguns anos, quando era senadora, uma campanha para que o governo americano investigasse a Rockstar Games.

Provavelmente toda a discussão acabaria se o jogo fosse ruim. O problema é que este pode ser um dos melhores jogos já feitos para o DS. Até o fechamento desta coluna, Chinatown Wars recebia nota 95 no site Metacritic, que agrega resenhas da imprensa especializada e faz uma média de todas as avaliações. A melhor média já atinginda na plataforma era do RPG Chrono Trigger, com 92.

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Novo carro-chefe

Killzone 2 gerou muita expectativa no mercado após o lançamento de um vídeo promocional durante a feira de games E3 em 2006. Depois de três aguardados anos, o jogo enfim chegou às prateleiras com a missão de ajudar o Playstation 3 a sair da última posição na guerra dos consoles. A crítica derramou elogios, especialmente ao nível de detalhamento dos gráficos.

Zumbis bons de vendas

A Capcom anunciou que já enviou mais de quatro milhões de unidades de Resident Evil 5 para abastecer as lojas desde 5 de março. A série, surgida em 1996, é uma das mais lucrativas da produtora japonesa. Com a excelente receptividade no Xbox 360 e PS3, outras três versões estão sendo desenvolvidas para o Wii. Destas, apenas uma será nova: Resident Evil: The Darkside Chronicles, que será sequência de The Umbrella Chronicles, lançado em 2007. Os outros dois são atualizações de jogos lançados inicialmente para o Gamecube: Resident Evil (remake do original) e Resident Evil Zero.

Tiros da salvação

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O PSP é muito mais avançando tecnologicamente que o Nintendo DS. Qual a explicação então para que ele não tenha conseguido vender nem metade de consoles que seu concorrente direto? A falta de jogos, provavelmente. Para amenizar um pouco, chegou na semana passada um peso pesado entre os jogos de tiros em terceira pessoa . Resistance: Retribution conta a história de um soldado inglês que foi obrigado a matar o próprio irmão por supostamente estar contaminado. O objetivo é simples: evitar que outros se contaminem e salvar o mundo.

Coluna publicada na Gazeta do Povo às segundas-ferias