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O novo videogame da Microsoft

A Microsoft lançou um novo videogame e ninguém notou. E não foi um console qualquer, é a máquina mais revolucionária de entretenimento já inventada. Este colunista pode estar exagerando, mas o impacto de passar várias horas interagindo com a televisão apenas com gestos e voz coloca tudo o que já foi feito em perspectiva. A realidade proposta pelo Kinect é maior do que prometia a mais exagerada ficção científica. Perto do novo produto da empresa americana, o ambiente mostrado no filme Minority Report fica parecendo um novo DOS.

Divulgação / Microsoft
Uma demonstração do Kinect: não será surpresa se a próxima versão do console da MS for um Kinect 2, e não um Xbox 720

Os primeiros contatos com o Kinect são super agradáveis e com uma curva de aprendizado baixíssima. Em poucos minutos, o sistema do Xbox 360 é atualizado e começa a operar também por gestos e reconhecimento de voz. Imediatamente deixa de exis­­tir qualquer interferência en­­tre o usuário e a televisão. Tu­­do parece extremamente natural, mesmo sabendo que esse tipo de interação nunca havia sido usada. Experiência muito parecida com os telefones com telas sensíveis, que com poucos segundos deixam a sensação de que jamais havíamos usado outra forma de comandar os aparelhos. Kinect não é o próximo passo, é salto triplo.

O deslumbre com o acessório não se esgota em pouco tempo. Quando usado com jogos, há um medo constante de que as coisas não irão funcionar como deveriam, pois a tecnologia promete muito por apenas 150 dólares. Re­­ceio que vai se abrandando con­­forme o uso da boa linha de jo­­gos lançados. Além disso, o Ki­­nect reconhece os usuários sem muito esforço. Se algum parente ou amigo quiser participar de uma corrida de bote, por exemplo, é só se aproximar que aparecerá na tela. Existe lag (demora no tempo de resposta)? Sim. Mas é pura bobagem, o que está se apresentando é algo muito maior. E os problemas inicialmente identificados devem ser facilmente corrigidos.

O mais interessante, no en­­tanto, foi a curiosidade despertada pela comunidade de programadores. A cada dia aparece na internet um vídeo com alguma demonstração espetacular dos poderes do acessório, que já está sendo usado até para controlar robôs reais.

O Kinect é totalmente diferente do Wii mote e do Move. Os comandos não são um simulacro da realidade (posição X faz determinado movimento, botão Y faz outro movimento). As câmeras monitoram tudo a cada milisegundo. Num jogo de esportes, por exemplo, se o jogador rebolar o avatar fará o mesmo movimento, mesmo sem ter sido previsto pelos programadores. Pensem nisso aplicado numa disputa de tênis online com um amigo. O jogador poderá fazer qualquer gracinha na hora da comemoração. As portas para a criação foram recém abertas.

Não há dúvidas que a Micro­soft está apostando pesado no Kinect. Não será estranho se o pró­­ximo videogame da empresa for um Kinect 2 no lugar do Xbox 720. Na bem da verdade, o kit bá­­sico hoje vendido já é um novo videogame. Em 2005, o console padrão não tinha sensor de mo­­vimento, rede wifi, disco rígido, HDMI nem Live Brasil. O maior entrave é a disponibilidade do aparelho, que está vendendo muito.

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