| Foto:
CARREGANDO :)

Por vezes me pego a pensar sobre coisas que não interessam a ninguém. Muito menos a mim. Coisas que não farão a menor diferença na vida dos outros. Mesmo assim não sai da minha cabeça até conversar com alguém. Duro é achar um desocupado que entre na conversa. Duro é achar alguém que tope discutir a crítica. Mais duro ainda é criticar a crítica quando não se é crítico. Captou como a coisa é dura?

Na era pré-internet a crítica exercia uma papel fundamental na indicação dos filmes que estavam entrando em cartaz. Era basicamente por ali que se consultava o que assistir nos cinemas. Claro que muitos nem sempre concordavam com o que liam. Só que era muito difícil achar uma segunda opinião. Tudo era concentrado nas edições de quinta e sexta-feira dos suplementos culturais dos jornais e na revistas mensais de cinema, que traziam a programação mais focada no eixo Rio-São Paulo.

Publicidade

Você se dirigia ao cinema e pronto. Se tivesse amigos interessados sobre filmes trocava uma conversa num bar. Hoje está tudo mais complicado e simples. Pode-se saber a programação dos cinemas diretamente nos sites das distribuidoras, dos shoppings, dos portais e afins. Separou-se a crítica do serviço. Mas a crítica continua aí firme e forte, sinal que muitas pessoas estão querendo saber o que os especialistas acham de determinada obra. Por mais que a maioria sempre discorde deles. Este é ponto que queria chegar.

O que seria melhor, ler uma análise antes ou depois de ver um filme? Eu, por exemplo, costumo sempre ver antes de ler. A leitura é mais para fechar lacunas, detalhes que perdi, informações de bastidores que completam a obra. Ou ter pontos de vistas sobre a relevância do que foi visto. Então saio do cinema e caio na internet, levo muito mais tempo lendo sobre do que o tempo perdido nas salas de exibição. E os melhores textos são justamente os que foram publicados depois das estreias.

Os críticos podem falar de detalhes de passagens, do final, de como um personagem se desenvolve sem o medo de “estragar a surpresa” para o público. Você pode procurar autores que tenham uma visão cultural próxima da sua, ou o oposto. E ainda tem as análises acadêmicas que precisam de 10 mil caracteres para explicar por que um maldito vaso é vermelho. A vantagem é que há a possibilidade de comparação entre o que está escrito com o que vi. Posso julgar a qualidade da crítica.

Por outro lado, seria extremamente frustrante não encontrar as tradicionais críticas nos jornais no dia das estreias. Quem me ajudaria a escolher como gastar meus parcos trocados? Também poderia parecer falta de vontade dos editores ou coisa pior. Talvez seja apenas uma questão de costume. Minha cruel dúvida é justamente esta. A crítica deveria se preocupar em escrever primeiro ou esperar o leitor assistir (ler, ouvir…) para poder “conversar” com o texto?

Vai twitando aí

Publicidade