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Não sei ainda como tratarei o assunto “games” neste blog. Minha ideia inicial era que aqui pudesse ser discutido mais sobre jogos que outros assuntos. Só que as coisas nem sempre saem como esperamos. Há alguns dias pintou uma oportunidade para escrever uma coluna semanal no caderno de Tecnologia da Gazeta do Povo. Aceitei no ato, pois, além de dedicar parte do meu dia ao assunto, já havia contribuído com a editoria há alguns anos com textos, na maioria das vezes, sobre jogos.

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A estreia aconteceu nesta segunda-feira. Falei sobre flores, como vocês podem ler abaixo. Nas próximas semanas tentarei fazer o blog e a coluna conversarem. Ainda não sei bem como. Pode ser com vídeo, material extra ou outra coisa. Estou aceitando sugestões através dos comentários. O amigo do blog também pode sugerir pauta ou “seções” na coluna.

Agora com vocês a coluna desta semana:

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A revolução das flores

No século XIX um grupo de artistas resolveu abandonar a metrópole onde morava e rumar ao interior. O objetivo era livrar-se do peso cultural e se entregar à luz e às cores das flores, do sol e dos lagos. Longe dos ateliers, muitos encontraram o que procuravam e acabaram se tornando conhecidos na história da arte como impressionistas. Se os jogos eletrônicos já estivessem estabelecidos como arte, certamente as mentes por trás de “FlOwer”, lançamento do Playstation 3, seriam reconhecidas como os novos Monet, Degas e Renoir.

Disponível para compra na Playstation Store (PSN), o título da produtora ThatGameCompany é mais que um jogo. É experiência. Sem placar, armas, números de vidas, objetivos e mapas. É intuitivamente simples. O jogador move uma pétala por um campo apenas controlando os sensores de movimento do joystick. Passeia-se por seis cenários procurando brotos e flores para acumular mais pétalas que acompanharão a original numa linda dança bucólica.

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Os botões servem somente para dar uma lufada de ar e aumentar a velocidade do passeio. Nada mais.

Em entrevista ao site Gamesindustry, o chinês Jenova Chen, criador de “FlOwer”, explicou onde pretendia chegar: “Meu objetivo é fazer um game com sabores complexos. Como cozinhar. A melhor comida não é feita com apenas um sabor, você tem que ter uma porção de ingredientes secretos que, misturados juntos, criam algo único e inesquecível”.

O jogo é consequência de uma tese de mestrado em Belas Artes de Chen, que buscava aplicar a Teoria do Fluxo, do psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi. Os estudos, que deram origem ao jogo “FlOw”, embrião de “FlOwer”, tentavam descobrir como tornar os videogames mais próximos de uma maior variedade de pessoas. Ou seja, encontrar uma ferramenta que despertasse sentimentos universais.

“Eu não sou contra as sensações que os jogos tradicionais evocam. Eles são como Hollywood com seus filmes de super-heróis. Mas eu sinto que eles estão desperdiçando uma boa parte dos sentimentos. Se ninguém tentar trazer estes sentimentos à tona, o mercado será muito limitado”, diz Chen.

“FlOwer” foge do popular e traz frescor para uma indústria carrancuda baseada em jogos de tiros, guerras e muito sangue. É um marco que pode abrir novos caminhos, com jogos baseados mais na experimentação do que na quantidade de inimigos mortos com tiros na cabeça.

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O retorno dos zumbis

Uma das sérias mais cultuadas do estilo horror de sobrevivência debuta em alta resolução nos consoles de última geração.

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“Resident Evil 5”, principal lançamento da semana passada para Xbox 360 e PS3, é ambientado na África, o que gerou uma onda de críticas de racismo contra a produtora Capcom. Os inimigos no jogo, por causa da localização, são, na maioria, negros. Polêmicas à parte, o fato é que este é um dos jogos mais esperados do ano.

Mundo sangrento

Outro grande lançamento apareceu no Wii. “Madworld”, da japonesa Sega, traz extrema violência num ambiente em preto e branco. Claro que o sangue continua em vermelho justamente para ser destacado após o uso de uma serra elétrica. Este é um dos poucos jogos no console da Nintendo voltado para um público mais adulto.

Caça ao sapo

A Konami anunciou no blog oficial do PlayStation que a nova expansão para o “Metal Gear Online” estará disponível para download na PSN a partir de 17 de março. Por US$ 10 o usuário poderá adquirir o capítulo “Scene”, que terá dois novos personagens: Raiden e Vamp. Se levar o pacote com as duas primeiras expansões pagará US$ 18. Outra novidade é um nova forma de jogo: o Solo Capture (SCAP), no melhor estilo cada um por si. O objetivo é capturar um sapo (?). Quem ficar o objeto até o cronômetro zerar vence.

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Pode dar zebra

O videogame nacional Zeebo, anunciado pela Tectoy em setembro passado, é um dos concorrentes ao 5º Troféu Gameworld. A premiação brasileira será entregue aos jogos, consoles, empresas, anunciantes e fabricantes que se destacaram durante o ano de 2008. Os vencedores serão apresentados no dia 31 de março. Ainda neste mês o Zeebo disputará a atenção dos visitantes da Game Developers Conference (GDC), em São Francisco, considerada a maior feira de desenvolvedores de jogos do mundo.