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Eu sempre falo que meus leitores são muito generosos. Não é puxação de saco, não. É verdade. Veja agora. A Rafaela Cardoso, estudante, acaba de me enviar textos que ela publicou no jornal do colégio dela sobre música de Curitiba. Veja que legal. Eu não poderia deixar de publicar. Então, aí vai, com uma breve introdução feita pela própria Rafaela.

“Nesta semana que passou, a última edição do ano do Jornal Voz do Pinheiro foi publicada. Segue em anexo o jornal pronto com as matérias que escrevi – sobre os melhores do ano na musica curitibana e sobre a Corrente Cultural.

Algumas informações básicas – Estudo no Colégio Estadual Pinheiro do Paraná que fica em Santa Felicidade. A idealizadora do projeto é a Professora Renata Jardim. As publicações são bimestrais.”

Feita a introdução, aí vão os textos. Obrigado, Rafaela (já posso me aposentar pois serei bem substituído):

Os Melhores do Ano: Música Curitibana

Você pode não perceber, mas muita música foi produzida em Paraná em 2012, pra ser mais exata, em Curitiba. Muitos artistas lançaram seus trabalhos, e só colaboraram para enriquecer a música do nosso estado.

Então, nesta edição de fim de ano, resolvi escrever sobre as melhores composições. Escolhi cinco canções de CD’s e EP’s, – que tem menos faixas e menos duração que um CD – que andei ouvindo no decorrer do ano.

Optei por não usar numeração, já foi difícil escolher só cinco dentre tanta coisa bacana, então você pode ouvir e enumerar, se quiser. Vamos à lista:

· Regra 4 – “AVATAR” Tem um arranjo bem divertido com letra séria. Faz um ótimo questionamento de quem e até mesmo o quê somos no mundo virtual. É um elegante baião jungle. Em minha opinião, tem mais história pra contar já que é lançado no ano do centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Está no Disco “Filhos do Rio Belém” que conta com as brilhantes participações de Carlos Careqa e André Abujamra.
Composição: Eugênio Fim.

· Naked Girls & Aeroplanes “AROUND THE SUN”: É ótima pra se ouvir numa Curitiba de dia ensolarado. Foi a primeira canção que ouvi do trio, e gostei logo de cara. Essa canção está num EP virtual de ótima qualidade. As canções são um folk agradável e às vezes suave, mas que faz lembrar Johnny Cash. Como eles mesmos dizem, é um “projeto de feriadão”, mas que deu muito certo. Vale lembrar que num Teatro Paiol lotado, o trio realizou o segundo e bonito show no dia 20 do mês passado.

Luiz Felipe Leprevost – “SE VOCÊ NÃO ME AMAR”: Foi a primeira canção que ouvi quando conheci o Leprevost cantor, que também é escritor e dramaturgo. Lembro-me que foi num dia frio de Maio, no Teatro do SESI. “Se Você Não Me Amar” é uma das canções que mostram claramente a influência caipira que Leprevost tem. A letra é bonita e tristonha ao mesmo tempo, e tem umas palavras estranhas, o que a torna ainda mais bela. Pelo o que ouvi, é um disco maluco, e maravilhoso por isso. Intitulado por “Já Tive Uns Ataques, Vou Ter Mais Sincope” vai com beleza do pop ao caipira, com letras de amor e acidez. O disco ainda não foi oficialmente lançado, mas está em processo árduo de gravação. A previsão é que seja lançado numa bonita festa em Março de 2013.
Composição: Luiz Felipe Leprevost

· Lemoskine – “CABEÇA DE DISCO”: Uma forte candidata a canção chiclete do ano. Com letra e arranjo divertido você vai adorar dançá-la na sala de casa ou até mesmo no chuveiro com estalar de dedos, tudo isso num sábado de sol seguinte a uma chuvinha. Vale lembrar que essa canção tem a mixagem feita por John Ulhoa da banda mineira PatoFu. “Cabeça de Disco” faz parte do disco “Toda A Casa Crua”, que já é um sucesso não só no Paraná, mas no Brasil todo. Em Agosto desse ano foi realizado também num Teatro Paiol lotado o show de lançamento de “Toda A Casa Crua”, que foi um belo show, firmando o quão bacana é esse trabalho.
Composição: Rodrigo Lemos.

· Troy Rossilho – “INIMAGINÁVEL”: Daquelas que fica dias na cabeça da gente, que faz um eco estrondoso na alma, que nos faz cantar o mais alto possível. Pelo menos foi e é tudo isso que sinto e faço quando ouço essa maravilha de canção. Claro que a bela voz do Troy dá mais beleza ainda às canções do disco todo. É uma das faixas do disco “Cine Luz”, o sexto trabalho autoral. Um disco muito bem produzido e suave aos ouvidos. Foi gravado no estúdio que Troy tem em casa, e lançado em alguns shows no mesmo Bar Doce Lar. Durante esses shows de lançamento, foram gravadas algumas imagens que estão sendo disponibilizadas aos poucos no Youtube, e segundo o próprio Troy talvez vire um DVD.
Composição: Troy Rossilho / L.F. Leprevost.

Encerro meu 2012 musical fazendo minhas as palavras de Dalton Trevisan:

“… Esta Curitiba, e não a outra para inglês ver, com amor eu viajo, viajo, viajo.” Em 2013, vamos viajar!

4° Corrente Cultural Curitiba 2012

O projeto que tem como finalidade promover a cultura na cidade chegou a sua 4° edição em 2012. Aconteceu em Curitiba do dia 3 a 11 de Novembro.

O formato implantado aqui é inspirado na Virada Cultural de São Paulo. O grande diferencial curitibano é que o evento inicia cinco dias antes da Virada, que encerra o evento no sábado e no domingo. A novidade desse ano, é que a Corrente Cultural se espalhou por outras cidades do Paraná. Cianorte, Maringá, Campo Mourão e Foz do Iguaçu estrearam no evento com sucesso.

Curitiba contou esse ano com cinco grandes Palcos espalhados pelo centro da cidade e mais outras ótimas programações em diversos espaços. Passando por espetáculos de teatro, exposições, sessões de cinema, rodas de leitura, palestras, oficinas de dança, workshops, até atividades infantis e intervenções artísticas nas ruas. Dentre tanta coisa consegui assistir alguns shows.

Meus destaques vão para o bonito e lotado show de Arnaldo Antunes no Palco Riachuelo (na Praça Generoso Marques – Paço da Liberdade). Foi uma verdadeira festa que Arnaldo fez. A Gazeta do Povo diz que 17 mil pessoas estavam no Paço da Liberdade.

Outro show que fiquei bem feliz de ter assistido foi do curitibano Luiz Felipe Leprevost, que contou com as participações de Leticia Sabatella, Chiris Gomes, Fernando Alves Pinto e Troy Rossilho. No Palco Conexões (Boca Maldita), Leprevost cantou,encantou e pode até ter espantado os conservadores, foi sensacional. Dizem que estavam presentes aproximadamente 6 mil pessoas.

O Palco Musicletada (Ruínas) foi mais curitibano de toda Virada. Lá só se apresentaram a galera que faz música na cidade. Tais como a Banda Gentileza, Janaína Fellini, Grupo Molungo, Confraria da Costa e Lemoskine. Estava bonito de ver.

Outro destaque foi o animado show d’A Banda Mais Bonita da Cidade que lotou o Palco montado na Praça Nossa Senhora de Salete, que fazia parte do Seto Matsuri. Estima-se que aproximadamente 5 mil pessoas tenham assistido ao show. A Banda mostrou que vem se consolidando na musica independente brasileira e que vai muito além de “Oração”.

O grande show de toda Virada foi o de Cauby Peixoto e Angela Maria no Palco Conexões. Passei pela Boca Maldita durante o show e posso dizer, estava muito lotado. Segundo o Jornal Gazeta do Povo foi o show com mais público de toda Virada. Aproximadamente 18 mil pessoas estavam presentes.

Segundo a organização da Corrente Cultural 2012, 250 mil pessoas assistiram aos shows no sábado e no domingo. A cidade estava bonita e lotada. Uma vibe de paz e alegria pairava sobre a cidade. O curitibano soube muito bem aproveitar o evento. Bonito de ver foi a consciência de preservação que a galera teve com os canteiros da Praça Generoso Marques, ninguém pisou no canteiro, por mais cheio que o show estivesse.

É uma sensação incrível ver a nossa cidade mergulhada na cultura local e nacional. Me arrisco a dizer que Curitiba tem gente e estrutura pra ter pelo menos três Viradas Culturais por ano.

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