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1959 – O ANO MÁGICO DO CINEMA FRANCÊS

1959 foi um divisor de águas para o cinema francês e mundial. Hoje, passados cinqüenta anos, observamos – ao lançarmos um novo olhar histórico e perspectivo – o quanto os cineastas, que então iniciavam suas carreiras como diretores, contribuíram para o aprofundamento da linguagem cinematográfica, entre eles os consagrados e talentosos François Truffaut, Jean-Luc Godard, Claude Chabrol e Alain Resnais.

Esses diretores, antes mesmo de serem reconhecidos como expoentes da Nouvelle Vague francesa, já haviam começado, desde o início dos anos 50, a pensar e escrever sobre cinema na revista-ícone Cahiers du Cinéma, ainda apenas como críticos. As reflexões desses jovens foram cruciais não apenas para a sua formação cinematográfica, mas para o cinema que cada um viria a realizar como diretor. O próprio Godard, em Introdução a uma verdadeira história do cinema, reconheceu a importância dessa época de gestação ao comentar sobre o seu filme de estréia Acossado (À Bout de Souffle). Segundo ele, “quando fiz À Bout de Souffle, era o resultado de dez anos de cinema. Já tinha feito cinema durante dez anos, sem nunca ter feito filmes, tentando fazê-los”.

Dentre os cinco escolhidos para compor a mostra 1959 – o ano mágico do cinema francês, quatro fazem parte da chamada Nouvelle Vague nascente: Acossado, (Godard), Os incompreendidos (Truffaut), Hiroshima meu amor (Resnais) e Quem matou Leda? (Chabrol). Foi inserido Pickpocket, dirigido por Robert Bresson, possuidor de um estilo único e muito influente para essa nova geração de críticos que despontavam em 1959 como cineastas.

Dos quatro diretores considerados como fundadores da Nouvelle Vague, somente Calude Chabrol não realizava sua estréia em 1959, e sim um ano antes, com o filme Nas garras do vício (Lê Beau Serge), além de, ainda em 1959, dirigir também o filme Os primos (Les Cousins).

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Ao se discutir a Nouvelle Vague francesa em seus primórdios, torna-se inevitável considerar como protagonista dessa análise o próprio cinema e a sua busca por caminhos estéticos que o justificam como arte. Cada um dos cinco autores escolhidos seguiu rumos e estilos cinematográficos bem diferentes, mas cada um demonstrou em suas escolhas o quanto o cinema, apesar de sua juventude, e talvez até devido a ela, pôde indicar reflexões estéticas redefinidoras do estatuto do humano no mundo contemporâneo.

Marco Aurélio Lopes Fialho (texto de apresentação do catálogo da mostra 1959 – O ano mágico do cinema francês)

Programação:

Acossado (França, 1959). Direção de Jean-Luc Godard. Com Jean-Paul Belmondo, Jean Seberg, Daniel Boulanger, Jean-Pierre Melville. PB. 90 min. DVD.
Godard desconsiderou as formas convencionais ao narrar de maneira fragmentada o destino de Michel Poiccard, um típico ladrão parisiense e admirador de Humphrey Bogart. Ele se envolve com a jovem norte-americana Patrícia que o ajudará a escapar da polícia. Roteiro de François Truffaut.
11/3 às 19h. Sala Cinepensamento. Gratuito.

Os incompreendidos (França, 1959) Direção de François Truffaut. Com Jean-Pierre Léaud, Robert Beauvais, Claire Maurier, Albert Remy. PB. 99 min. DVD.
Mal amado pelos pais, o travesso adolescente Doinel causa problemas na escola e comete pequenos atos de delinquência em busca de atenção.
15/3 às 19h. Sala Cinepensamento. Gratuito.

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Quem matou Leda (França, 1960) Direção de Claude Chabrol. Com Jean-Paul Belmondo, AntonellaLualdi, Madeleine Robinson, Jacques Dacqmine. PB. 110 min. DVD.
Neste thriller psicológico, usando com perícia flashbacks e vinhetas, Chabrol cria um perturbador enredo de infidelidade, obsessão e assassinato num vinhedo em Provença.
18/3 às 19h. Sala Cinepensamento. Gratuito.

Pickpocket (França, 1959)Direção de Robert Bresson. Com Cesar Gattegno, Dolly Scal, Jean Pelegri, Kassagi. PB. 79 min. DVD.
Inspirando-se livremente no romance Crime e castigo de Fiódor Dostoiévski, Bresson conta a trajetória de um batedor de carteiras chamado Michel. Acompanhamos os seus assaltos e sua tentativa de mudar de vida.
22/3 às 19h. Sala Cinepensamento. Gratuito.

Hiroshima meu amor (França/Japão, 1959). Direção de Alain Resnais. Com Emmanuelle Riva, Eiji Okada, Stella Dassas, Bernard Fresson. PB. 90 min.
Atriz francesa participa de um filme sobre a paz gravado em Hiroshima. Ela envolve-se com um arquiteto japonês que sobreviveu ao bombardeio atômico, mas o relacionamento torna-se evocativo de profundas memórias.
24/3 às 19h. Sala Cinepensamento. Gratuito.

*legendas em português

*Os freqüentadores receberão gratuitamente um catálogo de 55 páginas que reúne ensaios críticos, fichas técnicas e dados biográficos dos cineastas apresentados.

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Paço da Liberdade SESC Paraná (Praça Generoso Marques, 189 – Centro).
Informações: (41) 3234-4200
twitter.com/pacodaliberdade

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