Ninguém aguenta mais tanta chuva, tanto tempo fechado. Mas mesmo o mau tempo pode ser inspirador. Reproduzo aqui dois poemas sobre a chuva publicados no meu blog Punkpoemas:
Curitiba enchuvada
Gota a gota
As balas de chuva
Caem e penetram
Sofrimento liquido
Feridas e sequelas
Invisíveis pero profundas
Sítio de nuvens
Paliçadas de água
O sangue lavado
Escorre pelas vielas
Inunda a cidade
Que derrete
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Um homem chove
Vento
Chuva sobre o arame
Raios
Clarões
Instantes de visão
Um homem na chuva
Atrás do arame
Imóvel
Capacete
Capa enorme
Botas
Fuzil nas mãos
Um homem sem rosto
Imóvel
Constante como a chuva
Só
Atrás do arame
O vento sopra a capa
Um raio ilumina um olho
Ele tem rosto
Barba de alguns dias
Os dias que chove
E que ele está ali
Imóvel
Constante
Fuzil nas mãos
Olhos fixos
No sangue
Que cai
E escorre com a chuva
Um rosto duro
Violento
Impassível
Espera
Seu sangue escorrer
Não pode segurá-lo
Com o fuzil
nas mãos