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Magaivers gira e Gentileza com Garotas Suecas
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Acordes Locais é a coluna que eu escrevo e sai toda quarta-feira na Gazeta do Povo. É, como o nome aponta, sobre música local, do Paraná ou que tenha a ver com o Paraná (não só, mas quase sempre). Nesta quarta, falei sobre a “gira” da Magaivers por Buenos Aires e Montevidéo. Na verdade, quem escreveu foi o Rodrigo Porco, guitarrista e vocalista da banda, que contou as peripécias da viagem. Lá na Gazeta papel está só uma amostra, e aqui vai o texto integral, com mais dois vídeos.

Na coluna também falei um pouquinho sobre o show da Banda Gentileza, de Curitiba com As Garotas Suecas. E um tantinho sobre os podcasts que vocês podem acessar aí por baixo. Então, aí vai minha coluna Acordes Locais, devidamente editada na transposição do papel para a internet:

Magaivers conta a gira por Buenos Aires e Montevidéo

Divulgação
Banda Magaivers em ação na turnê por Buenos Aires e Montevidéo

A banda Magaivers volta ao palco em Curitiba nesta semana depois da “gira” pela Argentina e Uruguai. O Guitarrista, vocalista e compositor Rodrigo Porco escreveu um texto contando as aventuras da turnê. Fala, Rodrigo:

Magaivers, Pomelo Tour 2011.

10 a 14 fevereiro – Uruguai e Argentina
Texto por: Rodrigo Porco.

Depois de lançarmos nosso 5º cd, muito preguiçosamente intitulado “V”, encontramos novamente as estradas. Dessa vez não seria uma tour, e sim uma “gira” como os gringos dizem. Tá certo que não foi uma tour de verdade como as 2 edições da Chicletour (2003 e 2005), quando percorríamos entre 7 e 9 estados em 30 dias seguidos, fechando quase 12.000kms.

Foram 4 dias entre Argentina e Uruguai, com apenas 2 shows agendados. No nosso tempo livre filmamos um videoclipe e um making off.

Nossa “equipe” totalizava 8 pessoas, 4 da banda, 1 produtor do vídeo e 3 amigos que nos davam uma mão quando não estavam muito ocupados se divertindo (quase sempre). Montevideo é uma cidade bem bacana, quase o mesmo tamanho da nossa cidade natal Curitiba. Exceto pelo fato de ter algumas praias bacanas como Pocitos, onde ficava nosso Hostel.

É claro que já no primeiro dia algumas coisas começaram a dar errado. Não conseguimos comprar nossa ida de Montevideo a Buenos Aires, que seria feita de Buquebus, pela internet antecipadamente. Chegamos dia 10 de fevereiro e teríamos nosso show em Buenos Aires dia 11, ou seja, a primeira coisa a ser feita era garantir nossa travessia ao Rio da Prata, senão a tour viraria passeio. Tivemos um transtorno imenso ao descobrir que mesmo com os cartões internacionais desbloqueados não conseguimos comprar no crédito nossas passagens de Buque! Juntamos o que todos os 8 tinham em moeda local e conseguimos. Ficamos os 8 quase sem nenhum dinheiro durante o primeiro dia. O que fazer com pouco dinheiro e muita pilha??? Cerveja ou o jantar ???

Nós optamos por desembarcar em Montevideo e não em Buenos Aires porque as passagens eram bem mais baratas e teríamos o último show num domingo dia 13 em Montevideo, e teríamos que voltar na segunda feira. Não seria inteligente pegarmos um Buquebus após o show, eu não confio em mim o suficiente para isso, não depois de 4 longas noites.

Esse primeiro dia “off” foi bacana para darmos uma volta por Pocitos, ver o Rio da Prata se juntando com o Oceano Atlântico. Acho que por isso a água não é tão fria quanto à das praias de Santa Catarina.

Muitas bebidas e uma festa parecida (da qual tivemos que sair de fininho por não sermos bem-vindos) com algo saído de um episódio do “Chaves” mais tarde, fomos tentar dormir. Tínhamos que estar no Buque às 8 da matina.

Fomos de taxi do Hostel ao Terminal 3 cruces, socado de bagagem e equipamento. Não sei como conseguimos fazer isso em apenas 2 taxis, sempre ! Caixa, pedal, pratos de bateria, 2 guitarras, 1 baixo, equipamento de filmagem, mais bagagem de 8 pessoas, inacreditável! Isso porque eu tenho uma “excelente” memória e esqueci a mochila com pedal, afinador, e vários cabos e outras porcarias para guitarra no aeroporto Carrasco, logo na chegada ao Uruguai. Ainda bem que o pessoal da Gol, lá do Carrasco resgatou a malinha depois e não perdi nada. Acredita? Ligaram até no celular, aquele que você preenche quando compra a passagem e pergunta:” Porra, pra que meu celular? Até parece que alguém algum dia vai ligar da companhia aérea para ele”. Bom, ligaram.

Pegamos um ônibus que vai de Montevideo até Colonia, de onde sai o Buquebus em direção a Buenos Aires. O Buquebus é bem bacana. Um barco imenso, com 3 andares, restaurante, bar, sala de jogos e até lojas. Apesar de tudo isso ser novidade, acabamos dormindo no ônibus e no Buque. Afinal essas 3 horas de sono, era muito mais do que tínhamos dormido na noite toda. Chegamos a Buenos Aires com o fuso horário a nosso favor, economizamos uma hora. Direto ao Hostel em Palermo. De cara a gente vê que Buenos Aires é diferente. Eu particularmente acho fantástica. Na capital federal é quase impossível se ver uma casa. Só prédios e mais prédios, na maioria antigos e bacanas. Nossa tarde livre se resumiu a dar uma caminhada ao redor do Hostel tomando as marcas mais bizarras de “cerveza”. Até que chega nosso anfitrião e produtor do show, Leandro Gonzalez e nos passa os horários.

Tínhamos de estar as 18hs no Roxy Live porque os shows começariam às 19hs. À meia noite teria outro evento no mesmo local. Coisas impensáveis por aqui. Shows cedo me atraem, acho bacana o formato. Apenas em alguns lugares aqui em Curitiba e alguns em São Paulo como o Hangar110 , onde tocamos algumas vezes, terminam “temprano”. Você não se acaba tanto antes dos shows e depois ainda dá tempo de fazer alguma. O Roxy é um lugar bem bacana. Estrutura legal, algo para 1000, 1200 pessoas.

Reencontrar nossos amigos do Expulsados, Sebastian e cia foi uma grande alegria. Eu tinha estado lá no final de 2009 e eles me receberam muito bem. Até rendeu uma música “Fernet” no cd, letra de Sebastian e Leandro Gonzalez.

Show foi muito melhor do que a gente esperava, afinal quase ninguém conhecia o Magaivers por lá, exceto alguns que escreviam para gente fazia um tempo. Todos lá, show bom, direto e nada longo. Menos de uma hora, e posso afirmar que a galera gostou bastante. Mesmo não passando o som e tendo apenas 5 minutos de troca de palco nos viramos bem. Sebastian cantou “I Believe in Miracles” dos Ramones com a gente e eu cantei “El Outro” do Expulsados e mais “Do you remember rocknroll radio” dos Ramones com eles.

Depois do show, fomos ao Salon Puyerredon, lugar de shows também. Bacana, muito parecido com o antigo Circus aqui em Curitiba, um lugar que trás boas recordações. O dia 11 de fevereiro foi um dos mais longos vividos, começando as 6 da manha e terminando quase 24hs e muitas Quilmes e Palermos depois. Era hora de repor as energias. Cinco horas depois, já estávamos de pé. Afinal com 8 cabeças cada um querendo uma coisa, era difícil até sair para almoçar juntos. Alguns levantaram outros ficaram, fomos comer num restaurante ao lado do Hostel. Dificilmente você vai passar mal em Buenos Aires, os restaurantes são todos bons. Comemos num buffet que tinha “asado”, churrasco. Morcilla, vacio, costilla, pollo, cerdo e muitas papas. Acordar de ressaca e tomar um litro de cerveza con asado foi o melhor remédio, em trinta minutos estava curado, ou semi.

Dia livre, fomos até a Recoleta a pé. A cada “chino” pegávamos uma cerveja, essa era a regra.

Em Palermos não vimos muitos bares na rua, aliás boteco não existe, só cafés, restaurantes, etc. Então a cada mercadinho (cujo dono é impreterivelmente chinês, “chino” em castelhano) a gente parava e pegava um litro de alguma cerveja diferente.

Uns 3kms mais tarde e uma hora depois chegamos a Recoleta. O dia estava muito bom, calor de uns 30 e poucos, camelamos até lá, parando em todo “chino” aberto. Visitamos o cemitério onde Evita Peron está sepultada. A região é bem bacana, não tínhamos grana para entrar em nenhum daqueles bares que nos chamavam, então demos uma volta pela feira e voltamos ao Hostel.

Bom, nem toda gang foi junto. Alguns ficaram no Hostel, outros foram à galeria do rock. Eu não iria nem a tiro na galeria. Porra, galeria de rock é igual no mundo inteiro, lojas de camisetas, cds, dvds e tattoo !!! Grana curtíssima, então esqueça. Rock foi no Roxy e domingo seria no Decibelios, ponto.

Chegando ao Hostel vejo o resto da gang entrando com um engradado de Quilmes e muita carne. Churrasco no terraço !!! Os hostels não são muito comuns no Brasil, mas lá fora é muito popular para quem não tem frescura nem muita grana para gastar. Então quando fizemos o churrasco juntou o hostel quase todo, gente da Espanha, Estados Unidos, Escócia, Inglaterra, França. Ainda bem que mandamos bem no churrasco, não sobrou nada, os gringos destruíram tudo! Já que nosso futebol está em baixa, pelo menos o churrasco brasileiro ficou com a fama.

A festa rolou por lá e eu e o Ivan fomos visitar os amigos Leandro e Sebastian na casa dele. Ficamos por lá batendo papo, bebendo Palermo (minha cerveza preferida) e fazendo um som. A regra é clara, uma estrofe de cada música, assim tocamos umas cem até a hora de voltar para o Hostel.

Às seis novamente em pé, rumo a Montevideo. Essa manhã foi a mais difícil de acordar em muitos anos. Três dias sem dormir quase nada, bebendo full time. Acordar foi um martírio. Em 10 anos de banda, 3 tours nas costas achei que não seria tão puxado essa mini-tour gringa. Só me esqueci de que a última vez que passamos algo perto disso tinha sido em 2005, seis anos atrás. Hoje com 33 anos, isso muda um pouco. Me sinto como um veterano jogando com a piazada, não dá mais para entrar em qualquer dividida, sair dando carrinho no começo do primeiro tempo, sem chances !

É claro que chegamos atrasados para o Buquebus, tendo um agravante do barco já ter saído quando percebemos que um dos nossos tinha ficado. Aí foi desespero geral, convencemos o segurança a passar um radio e o barco voltou, já tinha saído alguns metros !!! Aí surge o retardatário na porta, com todos os gringos que já estavam putos com a gente por ter atrasado 10 minutos o embarque e estarmos já quase dormindo com toda bagagem no corredor do Buque. Nossos 8 assentos não foram marcados, então só sobraram lugares separados e com toda aquela bagagem, ficamos ali no corredor mesmo. Um dormindo no case de pratos, outro no case de baixo, quando fomos contar faltava alguém …

Buquebus Montevideo-Buenos Aires, a travessia é muito mais confortável do que imaginei. Tem até duty free na parada.

Problema resolvido, mais 3 horas de sono muito bem-vindas.

Dia de show o tempo sempre fica curto, e nesse dia em especial perdemos mais uma hora devido ao fuso.

Depois de novamente nos instalar em Pocitos, Montevideo fomos almoçar um Chivitos já clássico da viagem, tomando Patricia litrão e Paso de los toros sabor pomelo, um refrigerante tradicional.

Chivitos e Paso de los Toros, combinação perfeita.

Depois esperamos nosso novo amigo Lopez que é o manager da banda “El Ultimos de los Ramones” de Montevideo. O vocalista da banda é o proprietário do bacana “Decibelios” lugar onde tocaríamos nessa noite.

O lugar é bem o clima do antigo 92 graus aqui em Curitiba, lendário palco em que tantas vezes subimos, sinto falta.

Lopez se apresentou pelo msn para a gente, se oferecendo a fazer um show em Montevideo, sabendo que estaríamos na Argentina. Não conhecíamos ele pessoalmente, o cara é muito bacana. Não é todo dia que se conhece gente assim. O rock une as pessoas !!! O show foi bem bacana, mais descontraído que o do Roxy. Tomamos várias rodadas de vodka com Pomelo e tudo foi muito divertido. Show foi um dos mais bacanas com a nova formação. Fizemos alguns takes do clipe por lá, que tem um visual bem marcante. Fomos muito bem recebidos tanto em Buenos Aires como em Montevideo. Vimos isso através dos números de downloads do novo disco (grátis no site http://www.magaivers.com.br). Depois da tour choveu downloads de argentinos e uruguaios, então acho que correu tudo bem !!!

Claro que saímos do show direto pro aeroporto, nosso vôo era as 5 da manhã, então tínhamos que estar lá pelo menos uma hora ou 2 antes. Bom, não preciso dizer que o saguão virou cama kingsize e tivemos mais um perrengue, né ???

Um dos nossos “roadies fanafarrões”, desmaiado no Aeroporto Carrasco.

Decibelios consagrou o drink, vodka + pomelo que deu origem ao nome “Pomelo Tour”.

Chegando a nossa conexão em Porto Alegre, nosso vôo para Curitiba foi cancelado, devido a neblina no aeroporto Salgado Filho. Mais 3 horas dormindo no saguão e se não fosse por muita luta e teimosia, não conseguiríamos garantir nossos lugares no próximo vôo. Foi uma briga, não só nossa é claro, mas de todos os passageiros que foram lesados pelo cancelamento. Acho que alguns que foram mais pacientes ficaram por lá. Até seguranças foram chamados para que os ânimos fossem acalmados. Enfim, chegamos a Curitiba depois da última e mais longa noite da Pomelo Tour.

Dois bons shows, quatro dias de muita diversão, novos amigos e uma exaustão que só passou depois de 3 dias de descanso. Mas valeu a pena, mais uma “estrela” na camisa dos Magaivers, desta feita Internacional !!!.

Fotos: Buenos Aires – Roxy Live 11,fev Magaivers em ação e Sebastian (Expulsados fazendo uma participação) .
Magaivers na Playa de Pocitos, Montevideo.

Agradecemos primeiramente a Leandro Gonzalez pela amizade e por ter tornado a Tour possível, a MLOpez e pelo companheirismo e amizade em Montevideo e a todas as bandas que dividimos o palco nesses 2 shows, em especial os Expulsados do nosso grande amigo Sebastian.

Hasta Luego Chicos !!!

Serviço dos shows da Magaivers em Curitiba nesta semana

5ª feira 14/abr as 21hs no Blood Rock Bar
Magaivers + Os Ildefonsos + Sem Futuro
ingressos no local a R$ 10,00.

sabado 16/abr as 23hs no Hangar Bar
Magaivers + Motorocker
ingressos no local a R$ 15,00

Gentileza com Garotas Suecas

A Banda Gentileza vem promovendo encontros musicais com convidados de fora do Paraná. Já olaram duas dentor do projeto denominado Noite Fina. A primeira foi com o Móveis Coloniais de Acaju, a segunda com Apanhador Só e Lemoskine. Agora, nesta semana é a vez dos paulistas da banda Garotas Suecas dividirem o palco do John Bull Pub (na Mateus Leme) com a Banda Gentileza.

No material de divulgação do encontro, tem uma crítica que o jornal “The New York Times” fez sobre o grupo, que vale ser repetida: “O Garotas Suecas vem com um rock de garagem embebido em soul capaz de deixar os caras da [gravadora] Daptone com inveja. E o White Stripes também.” Não é pouca coisa

Links para Garotas Suecas
Site: www.bandagarotassuecas.com.br
Myspace www.myspace.com/garotassuecas
Veja abaixo os clipes de “Bugalu” e “Codinome Dinamite” das Garotas Suecas, e “Teu capricho, meu despacho”, da Banda Gentileza.

Serviço:
Noite Fina – com Garotas Suecas (SP) e Banda Gentileza
Dia 15 de abril, sexta-feira, 22h
John Bull Pub – Rua Mateus Leme, 2204
Ingressos: R$ 15 (50 primeiros) e R$ 20 – à venda no local e no John Bull Café (Rua Comendador Araújo, 489)
Informações: (41) 3252-0706
Produção: Fineza Comunicação e Cultura / Santa! Produção

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Podcasts

Bom, como vocês já devem saber, estou gravando entrevistas com pessoas ligadas à música do Paraná. As sonoras destas entrevistas, que na internet são chamadas de podcasts, estão disponíveis aqui no blog Sobretudo e no Defenestrando. Recentemente foram acrescentados os papos com a escritora e compositora Etel Frota e com a cantora, compositora e atriz Melina Mulazani.

Ainda nesta semana, deve ir ao ar a entrevista com o artista plástico e publicitário Neri da Rosa, que também já teve programa de rádio e gravou, para tocar e ser distribuída na exposição – que abrirá no sábado, às 20h no Stereo Toaster Café (reservas pelo telefone 41 3319-5983) – uma mixtape com bandas que não tocam nas nossas rádios. É o “PAINTFLYER – BANDAS DO PR”. Vai ao ar na sexta. Semana que vem, teremos o guitarrista Rafael Moreira.

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Este blog diz presente se você chama por ele lá no Twitter: @Sobretudo

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