Da coluna Acordes Locais, publicada toda quarta-feira na Gazeta do Povo:
Repare na foto. Parece um registro de família em um belo domingo qualquer. Pois é uma família. Tem menos de três anos de idade, mas já com casa e cachorro próprios. O pouco tempo juntos é inversamente proporcional à união musical que eles desenvolveram. Trata-se do grupo Molungo. A parceria está no nome. Quando vinham da África para o Brasil nos navios negreiros, os escravos, acorrentados uns aos outros, tornavam-se molungos, ou seja, parceiros de corrente. Essa união seria mais forte do que a própria corrente. A ligação era eterna.
Molungo é “Sujeito Samba”, é “Meu Maracatu”. Molungo são “Esses Caras”, é “Simetria”, é “Ponto de Ogum Beira-Mar”. É “Coco Arruaceiro” e “Samba Dub”. Molungo sempre é parceria que se estende além do núcleo formado por Carlito Birolli, Cauê Menandro, Iria Braga, Luis Piazzetta, Gui (Japa) Handa e Caio Guimarães, que se revezam em dezenas de instrumentos e no canto. Há uma relação aberta que inclui outros músicos e poetas, como Luis Fernando Leprevost e Troy Rossilho.
Abençoado por vários deuses, o grupo lançou seu primeiro disco, homônimo à banda, há cerca de um ano e meio. No dia 9 de dezembro de 2009, sobre o disco, escrevi neste mesmo canto de jornal:
“O grupo reúne ritmos brasileiros à base de cordas e coros – samba, maracatu, xote, ritmos africanos e por aí vai … Parecem da velha guarda de tão consistentes, mas são jovens na interpretação e na mistura. Segurança de quem tem domínio da arte somada a risco e aventura próprios dos jovens.”
Neste fim de semana, sexta e sábado, às 21 horas, a banda estará no Teatro Paiol – sob as bênçãos de Vinicius de Moraes, que batiza aquela palco –, junto com Rodrigo Maranhão, cantor e compositor carioca que, no ano passado, lançou o belo disco “Passageiro” e trará para o Paiol, o seu “Samba Quadrado”, também com muitas influências de outros ritmos brasileiros. Não serão dois shows, mas um só, com todos ao mesmo tempo no palco.
Serviço:
Show Molungo com o grupo paranaense. Convidado especial Rodrigo Maranhão (RJ). Sexta-feira e sábado, dias 6 e 7, às 21 horas no Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/nº). Ingressos R$ 15 e R$ 7,50 (meia entrada). Informações: (41) 3213-1340. Classificação: Livre. Na sexta-feira, dia 6, às 17 horas, bate-papo com Rodrigo Maranhão e grupo Molungo no Conservatório de MPB (R. Mateus Leme, 66 esquina com Treze de Maio) – entrada gratuita. Produção Juliana Cortes.
Homem Canibal no Era Só
Agora, quem pede licença para entrar nesse congá é o Homem Canibal. A banda, que existe desde 2004, estava um tanto quanto quieta, mas reaparece com força de quem se realimentou e está lançando o Homem Canibal III, um EP com seis músicas.
Consta na lenda e no encarte do disco que a banda está com 15 músicas compostas, arranjadas e produzidas, mas que o dinheirinho só deu mesmo para este EP. O disco tem novamente uma versão para a música que dá nome à banda. Ela esteve também nos dois outros discos anteriores e a promessa é estar em todos os que sejam lançados no futuro, sempre com uma nova roupagem. As outras cinco misturam MPB com rock e rap em boas dosagens. Destaque para “Quem Dançou”, que tem no arranjo um belo solo do guitarrista Gilson Fukushima.
Quem quiser conhecer as novas e algumas antigas composições da banda pode comparecer ao Era Só o Que Faltava (Avenida República Argentina, 1.334) neste sábado, no lançamento oficial da bolachinha. O show, que começa à meia-noite, terá participações de Maurício Vogue, MC Nairobi, da cantora Naína e do poeta Ricardo Corona.
Soulution
O Dia das Mães novamente marcará uma estreia para Zé Rodrigo e sua Soulution Orchestra. No próximo sábado, no Teatro Positivo, em Curitiba, será lançada a turnê The Beatles by Soulution Orchestra, novo projeto para o ano todo que, a se repetir os anteriores, deve correr o Brasil. A Orchestra já tocou clássicos do cancioneiro americano e soul music e agora arrisca-se nas canções dos Fob Four em arranjos para orquestra e para a bela voz de Zé Rodrigo.
Serviço:
The Beatles by Soulution Orchestra. Sábado, 7 de maio, às 21h, no Teatro Positivo (grande auditório), Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 – Campo Comprido – Curitiba. Ingressos: R$ 50. Informações: 41 3315.0808 – www.diskingressos.com.br