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Nuvens entre o segundo e a eternidade
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Da coluna Acordes Locais, publicada toda quarta-feira, na Gazeta do Povo:

Divulgação
A banda Nuvens se apresenta no sábado e no domingo no Espaço Cultural Falec

Neste fim de semana, a banda Nuvens completa três anos de estrada. Parece pouco para o muito que já agitaram este Paraná. Até aqui são dois discos, muitos shows e oito edições do projeto Sarau nas Nuvens, que reunia outras bandas, artistas plásticos e teatrais para compartilharem o palco. Uma dessas edições foi no Rio de Janeiro. Estes três anos foram importantes para que dessem atenção a algo que nem sempre as bandas de Curitiba percebem e respeitam: o público.

“Foi o público, foram os fãs que nos levaram a fazer este show de três anos”, conta o compositor, guitarrista e cantor da banda, Raphael Moraes. No ano passado, o grupo começou a se relacionar mais com os admiradores através das mídias sociais. Foram cultivando fãs, fizeram reuniões com eles. “São pessoas que se encontram e que têm um gosto em comum, uma característica cultural que vai além da banda”, explicam Rafael e o percussionista Marcos Pereira.

Quando anunciaram no Twitter que estariam completando três anos de banda, começaram a pipocar pedidos para que acontecesse um show em comemoração. “Nós respondemos que faríamos o show só se tivesse mesmo uma mobilização”, lembra Moraes. A mobilização aconteceu, o show foi marcado e todos os ingressos para o espetáculo de sábado, no Espaço Cultural Falec (Rua Mateus Leme, 990), estão esgotados, o que obrigou a banda a marcar um show extra para o domingo – e as entradas também já estão sumindo.

O show não estava na programação porque a Nuvens entra em uma nova fase. No momento, trabalha composições para um novo disco, que vai virar um novo show e o primeiro DVD do grupo. A formação também mudou. “Agora estamos mais roqueiros e, ao mesmo tempo, usamos mais o silêncio. É o momento mais intenso e mais preciso da banda”, revela Raphael sobre o disco Fome de Vida, que deverá ser lançado em maio.

O projeto todo já está pronto. Houve contato com o produtor Alvaro de Alencar (colaborador de Tom Capone e que já trabalhou com a cantora Maria Rita), para que ele faça a captação direta de todas as bases, como se fosse em um show, ao vivo. “É para capturar a alma da banda, a energia de tocar ao vivo que por vezes o estúdio apaga”, explica o vocalista. Depois do espetáculo deste fim de semana, a banda deve se trancar alguns dias em uma chácara próxima a Curitiba para completar o trabalho de composição e arranjos.

As outras fases, de shows e de gravação do DVD também já estão iniciadas. A direção cênica do espetáculo será do diretor e criador teatral Edson Bueno, que escalou um time premiado para a colaboração: Beto Bruel, na luz; Fernando Marés, nos cenários; Aldice Lopes, nos figurinos; e com produção da Cia. de Canalhas. A direção artística e musical será de Raphael Moraes, e a executiva do percussionista Marquinhos Pereira. O projeto do DVD já foi aprovado e ele deverá ser lançado no fim do ano que vem.

A banda promete tocar pelo menos quatro músicas novas no show de três anos. É uma preparação, pois o novo trabalho será um projeto musical mais amplo, mais integral. A banda quer falar do tempo e de sua transcendência, da eternidade em um segundo, como fica evidente na letra da música “Um Frame de Emoção”. Aí vai um trecho: “O beijo para e silencia o mundo/ a vida toda num segundo/ Do espasmo vem a saliva sorridente/ Nesse instante, quase tudo é pra sempre.”

E falar da criatividade do caos, como na música “Caos à Vontade”: “Acalma essa alma imoral/ Não se judia assim/ Nem tudo o que é caos é mal/ Nem tudo o que é errado é ruim”.

Nestes três anos, a Nuvens vendeu dois mil discos em shows e outros 1,5 mil foram baixados de graça pelo site da banda, que é adepta do movimento Música pa­­ra Baixar, que defende o acesso da sociedade à cultura por meio da internet. Mais um passo de respeito e comunhão com o público.

Sábado musical

Além do show da Nuvens, o sábado tem atrações para deixar qualquer um maluco. Não vai dar para ir em todas. No Teatro Paiol, apresenta-se o músico carioca Antonio Saraiva. No Mini-Guaíra, acontece “Agridoce – Um Espetáculo sobre a Arte de Dizer Tchau”, que reúne a cantora Janaína Fellini com músicos, bailarinos e clowns. Além disso e entre outras coisas, acontece também a final do Kaiser Sound Festival, no Momentai, que terá as bandas finalistas Crocodilla, Manawaii, Janela Oval, XPrex e Uh La La; além de shows com Macumbaria (vencedorea do ano passado) e Nação Zumbi.

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Estou com a sensação de que tem alguém me seguindo: twitter.com/sobretudo

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