Da coluna Acordes Locais, publicada toda quarta-feira na Gazeta do Povo:
Chega esta época do ano e com ele as boas notícias do carnaval curitibano. Sim, descrentes leitores, boas notícias. Vocês sabiam que seis hotéis da cidade já estão com lotação esgotada por foliões de fora da cidade que reservaram apartamentos para os dias do nosso consagrado carnaval? Sabia que tem gente de várias partes do Paraná, do país e do mundo que está vindo a Curitiba para cair na farra carnavalesca? Sabia que tem um desfile que vira notícia internacional – apesar de não na grande imprensa mundial, mas em vários blogs deste mundão internético? E, por fim, para não cansá-los mais com tantos exemplos, que tem um bloco pré-carnavalesco na cidade que arrasta milhares de pessoas todo domingo ali no Largo da Ordem, logo após o encerramento da Feirinha?
Então convenceu-se? E eu não falei, nem vou falar do nosso desfile de escolas de samba no Centro Cívico, que reúne dezenas de milhares de pessoas e já tem tradição suficiente. No parágrafo acima, fiz referência a apenas dois eventos carnavalescos de Curitiba, não tão conhecidos, mas que que já têm uma tradição na cidade, o Psycho Carnival e o Bloco Garibaldis e Sacis.
O Psycho Carnival é um festival psychobilly e rockabilly que está completando 12 anos de existência. Neste ano reunirá, entre os dias 3 e 7 de março, nada menos do que 30 bandas ligadas aos estilos. Dez delas virão de fora do país, de lugares como Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Alemanha, Holanda, Dinamarca, Equador e Argentina.
O produtor deste festival é Vladimir Urban, músico que é um verdadeiro ícone do psychobilly brasileiro pelas suas atuações nas bandas Os Cervejas, Catalépticos e, atualmente, Sick Sick Sinners. Levou o psycho brasileiro para fora do país em diversas excursões internacionais na Europa e EUA, por onde lançou discos. Também tem CDs e um DVD lançados no Japão.
Como produtor, Vlad tem inúmeras preocupações como a de garantir hospedagem a pessoas que vêm de fora de Curitiba e a cada ano aumenta mais este número. Segundo contou em um podcast do blog Sobretudo (leia em post abaixo), já são seis hotéis na cidade fechados com pessoas que vêm especialmente para o festival. Pode acabar fechando mais um. Começa a estudar como fazer transações internacionais para vender ingressos a pessoas de fora do país que já entraram em contato também querendo vir para o festival, mas que estão com medo de ficar sem ingressos ao chegarem no Brasil.
Quanto aos desfiles que escrevi acima, um deles, que vira notícia internacional espalhada por blogueiros é a Zombie Walk, também do Psycho Carnival. Um desfile de zumbis, de pessoas fantasiadas com inspiração em filmes de horror, que este ano vai começar na Boca Maldita, no domingo, dia 6, às 14 horas e depois seguirá para as ruínas de São Francisco onde, às 16 horas, haverá shows gratuitos. “O slogan da festa é ‘O carnaval de Curitiba é um horror’”, diverte-se Vlad, não sem antes fazer uma ressalva para dizer que ele gosta, sim, de samba.
Carnaval 2
E por falar em samba e outras batucadas, Curitiba também tem o seu pré-carnaval. E é bastante agitado, diga-se de passagem. Falo do Bloco Garibaldis e Sacis, que sai todo domingo por volta das 16h30 ali no Largo da Ordem. Como é pré-carnavalesco, sai no mês anterior ao carnaval. No domingo passado, como vocês podem ver pela foto nesta página, reuniu milhares de foliões. Continua pelos próximos dois domingos e talvez ainda faça um bailão durante o carnaval.
Coincidência: o Garibaldis e Sacis surgiu no mesmo ano em que nasceu o Psycho Carnival. Faz a gente pensar o que aconteceu com a água de Curitiba há 12 anos que deu uma injeção de alegria e empreendedorismo cultural e festeiro na cidade.
O nome, que tem tudo a ver com Carnaval, é uma referência ao início do bloco, que se reunia em frente à Sociedade Garibaldi e descia até o Bar Saci, no Largo da Ordem. Tradição preservada a cada ano.
E viva o carnaval curitibano em todas as suas vertentes!
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