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Da coluna Acordes Locais, que sai toda quarta-feira na Gazeta do Povo:

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Sábado passado, fui com dois acompanhantes ao Teatro Positivo para ver a estreia do show do Zé Rodrigo e Soulution Orchestra tocando músicas dos Beatles. Era a comemoração dos 11 anos do grupo e 1,3 mil apresentações. As idades somadas dos meus dois parceiros de espetáculo chegavam aos 22 aninhos: um de 12 e outro de 10. Digamos que foram eles que me levaram ao show. É o poder dos “Fab Four”. Eu explico.

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Os garotos conheceram os Beatles jogando Rock Band no Wii. O mais velho, meu sobrinho, dono do jogo, zerou o game e se apaixonou pelas músicas. Agora conhece todas as do jogo e outras mais que inundam seu inseparável iPod. É um polo irradiador das canções da banda. O mais novo, meu filho, entrou na onda e disco dos ingleses é o que mais toca no carro. Os dois debatem sobre as músicas de que eles mais gostam. Nada mais justo do que verem um show em homenagem às suas banda e canções preferidas.

Confesso que fiquei com um certo receio e, no caminho para o teatro, alertei-os de que não era um “show dos Beatles”, claro, mas um com versões em arranjos para orquestra e que, por isso, as músicas poderiam ter roupagens diferentes das que eles estavam acostumados.

Chegamos e o teatro estava cheio. Tanta gente que surpreendeu até a produção. Faltou ingressos para serem impressos e a fila da bilheteria ficou um tanto paralisada. Mais ou menos umas duas mil pessoas lá dentro. Mas ainda havia alguns lugares sobrando, afinal, são 2,4 mil poltronas no maior teatro da América Latina.

Durante o espetáculo, muito bem produzido, pude ver a carinha de satisfação dos meus acompanhantes, por vezes até arriscando a cantar algumas letras junto com a melódica e poderosa voz de Zé Rodrigo. De tanto gravar pequenos vídeos, a memória do iPod ficou cheia. Se eu não lembrasse mais o nome de alguma música, a saída era perguntar para o mais velho. E eles iam trocando opiniões sobre a sequência de hits que se sucediam no palco.

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No fim, entre tantos bons momentos, uma pequena enquete revelou quais tinham sido os preferidos do trio. Os dois menores elegeram “Day Tripper” como a melhor, seguida por “Blackbird”, “Twist’n Shout” (que fez os curitibanos darem uma de soterapolitanos ao final do show) e “Here Comes the Sun”. E lamentaram profundamente a ausência de “Revolution”.

Já eu gostei do arranjo de “Sgt. Pepper’s” e de “While My Guitar Gently Weeps” (que, afinal, é uma de minhas músicas preferidas de sempre), com participação especialíssima de Alfreli Amaral, médico e músico, que junto com Paulo Hilário, Vitorio Santos e Arcy Neves formaram uma das primeiras bandas a tocar rock por estas paragens curitibanas e que depois se transformariam em Os Metralhas, que se dedicava a tocar cover dos Beatles). Para o meu acompanhante mais novo, a guitarra usada pelo Alfreli foi outro ponto alto, em suas cores preto, prata e branco.

Meus pré-adolescentes são daqueles que ficam mais na deles, quietos, desconfiados. Então conseguir com que se levantem, dancem um pouquinho e cantem as músicas, não é tarefa fácil. Ponto para o show que conseguiu isso.

Como prova definitiva de que foi bom, assim que terminava uma canção eles ficavam dando notas para ela. Poucas tiveram nota menor do que 7 ainda assim, não de forma unânime. Ao final, perguntei que notas dariam para todo o espetáculo, o primeiro que viram ao vivo com alguém tocando músicas dos Beatles. Nossas notas foram dois 8 e um 9. Zé Rodrigo e Soulution Orchestra passaram com louvor no espetáculo dedicado aos Beatles.

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Notas

* Já que falamos de covers, a banda Punkake fez uma versão bem legal da música “Born This Way” da megastar Lady Gaga. Está rolando pela internet e é bem fácil de achar. O pop eletrônico de Gaga virou um rock.

* Nesta sexta-feira, os curitibanos do Ribas on the Rocks tocam na Whisky-A-Go-Go, o mítico club de Los Angeles, nos EUA, inaugurado pelos Beatles, em 1964. Por lá, eles estão lançando o disco Ratcliff e também deverão gravar videoclipes da turnê. Na volta, prometeram contar tudo para publicar por aqui.

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