Salve, salve, salve. Levei esses aí de cima e outros amigos do Punkpoemas, criados pelo Osvalter Urbinati, para dar um passeio por Curitiba, assim que os tirei da caixa de livros a que estavam confinados. Primeira parada na Livraria Arte & Letra, que é, sem dúvidas e disparada, a mais bela livraria de Curitiba. Ali acertamos com o livreiro, editor e escritor Thiago Tizzot, para o dia 20 de agosto de 2015 o lançamento oficial do livro Punkpoemas. Então, nada mais justo do que levá-los a conhecer essa futura morada de onde sairão para as mãos, corações e mentes de novos amigos.
Na Arte & Letra encontrei o escritor e barista especializado em café Otávio Linhares, que na mesma livraria lançará neste sábado o seu mais recente livro, “O esculpidor de nuvens” (lembrando o lançamento: Livraria Arte&Letra – Alameda Pres. Taunay, 130 – Batel, Curitiba PR, 80420-180, dia 25/07, sábado a partoir das 15:00 hs. (41) 3223-5302). Otávio tomava um café e conversava com outro amante de livros e incentivador da leitura, Marcelo Almeida. Vem coisa por aí.
Dali parti para os shoppings da proximidade, mas não encontrei nenhum filme que me interessasse no horário. Passei mais a pé pelo Centro e tirei esta foto de uma Curitiba cor-de-rosa:
E fui andando e observando até parar lá no Shopping Iália para tomar um dos melhores capuccinos orgânicos da cidade, no Terra Verde. Ali, dei uma bela olhada no livro, principalmente no trabalho de design e nos desenhos e, suspeita e orgulhosamente, achei tudo muito bem feito.
Saí dali e fui para os Correios, enviar o Punkpoemas para uma pessoa lá de Manaus, que nem conheço, mas já uma amiga e que foi a primeira pessoa que me pediu o livro (e sabe-se lá como ela ficou sabendo). Quando cheguei, a funcionária estava passando a chave na porta. Sabe como é funcionário público às 6h da tarde, né?!
Chacaburguer e Lemoskine
Restou dar mais voltas pela cidade, flaneur curitibaudelairiano sem inspiração, só transpiração. Fui até o Sesc da Esquina e comprei no serviço de atendimento ao cliente, por R$ 5, um ingresso para o show do Lemoskine, que lançava o disco Pangea I Palace II, sobre o qual falarei daqui a pouco.
Como ainda faltava algum tempo para o show, fui até o vizinho O Pensador, comer um chacaburguer, um hamburguer especial feito na parrilla, criação da família Steffens, e beber uma das 60 cervejas especiais servidas ali. Sensorial e fisiologicamente satisfeito, parti para o show.
Rodrigo Lemos, o frontman do Lemoskine (e de tantos outros projetos musicais) é um músico integral, completo, de bom gosto, trabalhador e criador incansável. O espetáculo foi quase todo montado só com as novas músicas que, por enquanto são disponibilizadas só pelo Deezer e por isso são ainda pouco conhecidas. Ali, no apagar das luzes par ao início da apresentação, quase tudo para mim e para a maioria das pessoas presentes, era novidade.
Lemos, com sua voz sempre afinadíssima e precisa, começa com “Esse Lugar” já mostrando suas vocalizações alongadas e arranjos elaborados com cuidado usando muito bem os poucos instrumentos, principalmente a destreza criativa rítmica do ótimo baterista Luís Burscheidt, que ficou mais perceptível no show do que no disco.
A Terra ontem e hoje, passado e presente, esperanças e crises, além do amor e suas (im)possibilidades dominam as letras de Pangea I Palace II. “Salvem o que for/ Só deixem à vontade meu amor”, canta Lemos sob a cadência de Burscheidt, e sons de guitarra esparsos para a entrada do trombone de Lauro Ribeiro, num dos inúmeros bons momentos do show. Destaco ainda “Pirão” (farinha pouca, meu pirão primeiro) e a belíssima “Erosão” (“Agora posso sentir/ Tudo bem devagar/ Mais pra frente também/ Tudo quer pulsar/ Com a gente também/ Tudo o mais que você provocou/ Junto com o amor/ Ora é sempre o amor/ Tudo é sobre o amor/ Onde ousou passar/ Eu fiz desgastar…”
A banda se completa com João Marcelo (baixo e baixo acústico) e Rodrigo Chávez (baixo e piano rhodes), além das participações mais do que especiais no show do guitarrista Thiago Ramalho (guitar hero) e da cantora, atriz e rouba-todas-as-cenas Michelle Pucci. Todos vestidos com uma espécie de miniponcho que ficava num meio termo entre gaúcho e hippie e que deu uma boa união conceitual ao visual do espetáculo, também muito bem iluminado.
O disco está ótimo, mas por ser menos contido, extravasado, com garra, energia à flor da pele, gostei mais do show. Recomendo os dois. Meus amigos do Punkpoemas tenho certeza de que também gostaram.
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