Rafaela surgiu novamente para me salvar nestes tempos de pouco tempo e inspiração. Rafaela lê Jandique e escreve Jandique e me manda Jandique, que eu publico aqui, agradecido:
Encontrar, publicar e divulgar artistas curitibanos. Nada mais do que isso. Este é o lema da Revista Jandique, lançada trimestralmente com idealização de um time bacana. Otavio Linhares, Luiz Felipe Leprevost, Frede e Thiago Tizzot, Olivia D’Agnoluzzo e Alexandre França. Se esqueci de alguém, me perdoem! Além de textos de autores curitibanos, a cada edição um ilustrador, também daqui é convidado para embelezar a revista mais ainda.
A estreia aconteceu numa tarde quente de um sábado de fevereiro deste ano. Na livraria Arte & Letra, à uma meia hora de casa. Estava entusiasmada com a estreia, aliás, é sobre a nossa literatura. A Carta Opinião de Carlos Machado é um texto a ser lido com frequência, dá centralização de tudo, de como entender o que vivemos em termos de escrita. Foi um grande dia, tudo mudaria a partir dali. A concepção gráfica e de disposição dos textos me conquistaram, mas tinha um estranhamento, a ideia toda me incomodava. Vieram a segunda e a terceira edição. Li alguns textos da segunda, não todos, mas até agora o Editorial e “Lazarus”, ambos do Editor e principal nome da revista (gosto de considerá-lo assim, mas pode não ser, rs) Otávio Linhares me pegaram.
“Lazarus” foi um rombo dentro de mim, e está sendo até agora, ainda não sei nem como defini-lo. O Editorial é fabuloso, um sonho louco. Depois da leitura, minha única expressão foi um sorriso e um UAU! por dentro. Foi como se eu constatasse que na literatura e na Jandique as coisas funcionam daquele jeito.
A terceira edição, lançada no último dia 31 tem algumas coisas de diferentes, coisas que só perfeccionistas percebem, rs. Mudanças na parte gráfica, por assim dizer. Mas diferenças fundamentais, experimentações que funcionaram muito bem. Como na segunda, ainda não li todos os textos (é o que dá ler tanta coisa junto, hehe). Dos que li, nosso cachorro-louco me deixou em êxtase num texto que já queria ter em mãos faz um tempo. Leminski é Leminski minha gente.
Diedrich Oneide e seu “Durma Um Pouco, Rapaz!” trouxe uma porção de dúvidas. Uma delas: tem um quê de “Admirável Mundo Novo” ou é neura minha? Devo considerar as belas fotos de Olivia D’Agnoluzzo. Nas três edições. O capricho e cuidado que ela tem com cada click é fantástico e muito original. A destreza em mostrar os detalhes, principalmente das entrevistas (sim, a Jandique também tem entrevistas, rs. E sempre muito boas) é de se apaixonar.
Gente como a que faz esta revista, com mistérios a serem desvendados, questões a serem respondidas e ficarem sem respostas são fatores a serem vistos. São coisas a serem mostradas, com as mais diferentes formas. Talvez por isso de eu ter escrito este texto. É tudo tão grande, tão marcante que preciso mesmo dividir com alguém, nem que seja com uma pessoa.
E mesmo com tantos pontos positivos e boas perspectivas, a Jandique ainda me incomoda. Não foi só na primeira edição meus caros. Isto ainda persiste dentro de mim. Agora, desconsiderem este incomodo todo como algo ruim, negativo. Gosto de pensar que um dos objetivos da revista está se concretizando, ou pelo menos enganando, rs. A Jandique está aí para incomodar, para ir e nos levar para o alto e avante!