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Da coluna Acordes Locais, que sai às quartas, na Gazeta do Povo:

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Corre, corre Erê. Vamos cair na Gandaia desse Mundo Loco. Vamos Bater a Poeira do Gueto ao Luxo porque rap se escreve com ritmo e poesia e também com K de Karol Conká. A Karol Conká pintou e o mundo se ajoelhou. E la Nave vai na vanguarda da batida beat do Batuk Freak do CWBeats para o mundo.

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Pelos cantos de Curitiba se houve rap de todos os estilos. Nomes surgem com um sotaquÊ próprio, rompendo a barreira do preconceito. Citemos três: Karol Conká, Cabes MC e Grilo Black. Citemos mais três: Nave, Cilho e Laudz. Peguem esses seis, multipliquem por outros seis vezes seis e temos um movimento que transborda pelas bordas e só não vê quem não tem ouvidos para olhar.

Mas hoje vamos reverenciar a dupla bela e fera de Karol Conká e Nave que puseram no ar uma tijolada de beats e rimas que atende pelo nome de Batuk Freak. Um disco que pode tocar tanto na periferia quanto no carro do bacana. Algumas letras são ingênuas, outras quase vão na veia, todas com refrões que ficam na mente, alguns no coração.

Sobre a produção, permita-me reproduzir a visão do também músico Caio Marques, que publicou um crítica em seu blog, com o título “Levada Monstra” (http://caiomarques.com/levada-monstra


Pizzicato

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“Produzido por Nave, os arranjos são modernos e musicalmente bem resolvidos. Pegando na hora certa uma onda mundial que revisita os beats ‘downtempo’ dos produtores de R&B dos anos 90, como Timbaland e Missy Elliot. Elementos com ritmo dobrado dentro de uma batida arrastada – Lembram daquele ‘ximbauzinho nervoso’ das Destiny’s Child? – vêm influenciando não apenas os novos DJs de rap, mas também invadindo pistas de música eletrônica do mundo inteiro com nomes como o espanhol Filastine e o escocês S-Type. Já ecoa até no indie americano, no trabalho de bandas como a ótima Purity Ring e a sensacional St. Vicent. Só que no Batuk Freak esses elementos, capazes de levantar qualquer um da cadeira, vêm em forma de pura música afro-brasileira. Atabaques, cuícas, tamborins, apitos, tambores, samples, vozes, baixos e synths sincopados preenchendo todos os arranjos e criando uma atmosfera interessante e contagiante durante o disco inteiro.”

A grande sacada é a mistura afro com os beats da produção de rap, como descritos acima pelo Caio. Assim que ouvi, tive a sensação de estar diante de um disco que já nasceu clássico. O Nave, assim como o Laudz, o Cilho e o Cabes, são ótimos produtores, sempre antenados, não é à toa que os caras estão vindo de fora para pegar as batidas deles. A Karol Conká já vinha namorando a batida e o cantar afro há algum tempo, dá para perceber isso nos trabalhos anteriores, mas agora mergulhou de vez.

A produção também tem toques nordestinos com citação de violeiros repentistas. Lembra um pouco o que os Titãs fizeram lá no fim dos anos 1980, com o Mauro & Quitéria no Õ Blésq Blom. E no arremate final, vem um samba de Almir Guineto, “Caxambu”. Então, é como se os autores enfiassem a mão na goela de toda a produção anterior e puxassem virando tudo do avesso. Pegaram o samba e meteram a batida rap. Fecho de ouro.

Não é um disco para quem prefere “gangsta” e letras muito politizadas. Mas para quem gosta da aproximação do rap com o pop e muitas outras influências. Rapop moderno na rima e na batida, mas sem perder a atitude.

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Pizzicato

** No próximo sábado, às 18 horas, no Teatro da Livraria Cultura, no Shopping Curitiba, acontecerá o lançamento do livro Toda Poesia, de Paulo Leminski. Terá a apresentação de Estrela Leminski e Téo Ruiz, com participação, entre outros, de Aurea Leminski, Loa Campos, Luiz Felipe Leprevost e Ricardo Corona.

** A banda Cinema Mudo (www.cinemamudo.com) acaba de lançar o clipe da música “Após a Calmaria”. Foi gravado no estúdio Casa de Rock, em Curitiba, produzido por Ambiência Vídeos (www.ambienciavideos.com). Dirigido por Fernando Moreira e Jones Monteiro, com fotografia de Eduardo Milek. Veja o clipe: