No fim de semana passado, o sol brilhou sobre Curitiba. Não foi um sol qualquer, foi um senhor sol musical que nos embalou com shows ao ar livre. No sábado, tivemos o Quadra Cultural, promoção do Bar do Torto de propriedade Arlindo Ventura, o Magrão – ele que já se encarregava de preencher o calendário etílico de Curitiba, agora também dá a maior força no calendário cultural. Na programação, entre outros, Fábio Elias, quitarrista, cantor e compositor do Relespública, que mostrou um pouco do seu show-solo; Gente Boa da Melhor Qualidade, com seu “samba de arranque”, que mistura samba, com polka e marchinha, com uma pitada roqueira e põe todo mundo para dançar; Grupo Molungo, com a divina Íria Braga; Viola Quebrada, Ivan Graciano e as Irmãs Galvão.
Foi uma homenagem a Pena Branca, grande nome da música sertaneja, que, com uma boa desculpa, dessas que não dá para não aceitar, acabou não comparecendo de corpo presente, mas esteve lá de espírito atuante e transbordante. Pena seria a grande atração do dia, não tivesse morrido dez dias antes.
O clima da festa estava ótimo com sol, paz e alegria. Além disso, com muitas novidades musicais para o futuro. Fábio Elias prepara uma guinada na carreira, como ele mesmo explica: “Um projeto de músicas românticas, mais populares, com base de violão e letras de casos vividos, histórias comuns a todos. Um lance mais voltado para minhas raízes, quando visitava a família no interior. Um pouco de referências: Roberto Carlos (fase pós-Jovem Guarda), Sérgio Reis do início, Tião Carreiro e Pardinho… enfim, música para tocar o coração das pessoas. Estou amando!” Infelizmente, cheguei depois que ele já havia tocado e não posso falar nada por aqui. Essa conversa eu tive com ele, via e-mail, antes disso.
Outra novidade é que Caio Marques, vocalista do Gente Boa da Melhor Qualidade, está gravando um novo trabalho, que deve ficar pronto neste primeiro semestre. Dentro da linha solo, que já tem dois discos anteriores, um com o nome dele, de 2006 e outro, o EP (Cidade Vazia, 2008). Vamos aguardar.
Como adiantou o repórter Márcio Renato dos Santos, no belo perfil escrito sobre o Oswaldo Rios, publicado pelo Caderno G na segunda-feira, o grupo Viola Quebrada prepara dois shows em maio, no Teatro Paiol, com as irmãs Galvão, que novamente deverão substituir Pena Branca. Em artigo publicado no Jornal do Brasil, Mario de Aratanha, criador do cultuado selo Kuarup, dedicado à música brasileira, citou o Viola Quebrada como possível sucessor da verdadeira música brasileira de raiz, aquela que era feita pela dupla Pena Branca e Xavantinho. Haja responsa, hein?
Na festa, sem tocar, mas apreciando, Rafael Martins, guitarrista do Copacabana Club. A banda toca nesta quarta-feira (24) em São Paulo; no fim de semana no Centro Politécnico, em Curitiba; e, em março, embarca em turnê internacional. Faz dois shows em Austin, no maior festival de música do mundo e, ainda nos EUA, toca em Nova York, Filadélfia e Boston. Depois, entre um show e outro, finaliza o primeiro disco, que trará os principais sucessos de seu primeiro EP e também músicas novas.
Não estava lá na festa do Torto, mas já que o mote são novidades, a cantora e compositora Anna Toledo também começa a fazer as malas para cantar nos EUA. Dias 25, 26 e 27 de março, ela toca em Cincinatti a convite de Phil Degreg, pianista e professor da universidade de lá que já tocou com Anna em São Paulo e a convidou para as apresentações no fim do ano passado. E ela também avisa que em maio faz shows em Curitiba, no Sesc Paço da Liberdade, em Curitiba. Vamos torcer para que dê certo mesmo o que ela revela a seguir: “Se tudo, mas tudo mesmo, der certo, este ano sai o meu novo disco. Se não der tuuuuudo certo, sairá ‘oportunamente’”.
Bom, eu praticamente só falei do sábado e nem contei todas as novidades, mas o sol continuou a brilhar no domingo. Foi a vez do Parque Tanguá receber o show da banda Nuvens, dentro do calendário do projeto Música nos Parques, da Fundação Cultural de Curitiba. E, em março, a Nuvens volta com seus saraus.
Ufa, e foi apenas um fim de semana de sol em Curitiba.