Pra variar, estamos em guerra. Quando uma bomba cai, ela explode sobre pessoas e não sobre números, teorias ou ideologias. As bombas e as guerras matam gente, que poderiam ser de nossas famílias (talvez sejam, é só uma questão de geografia).
Em homenagem aos mortos por mísseis ou bombas, dedico um punkpoema, cometido em outubro de 2007 e publicado no blog Punkpoemas:
O som do inevitável
O míssel viaja sem aviso
De longe, parece carregar o silêncio
Próximo do alvo, o barulho é terrível
O som do inevitável
O ruído da tragédia
Pelo telhado anteriormente destruído
Ahmad viu a bomba
Só pensou em Sara
A judia com quem havia feito sexo apenas uma vez
Não pôde pensar em mais nada antes que seu cérebro se espalhasse pelas pedras
Se tivesse tempo, talvez pensasse em Basheera
Que brincava no que antes era o quarto ao lado
A única filha da esposa Aziza, que morrera em um atentado
Com certeza pensaria em Emma
Na grande barriga de Emma
Que envolvia Johann
Agora não passavam de disformidade
Compunham um caos de carne, banha e sangue
Na fração de tempo em que ouviu e viu a morte chegar
Ahmad só pensou em Sara
O primeiro amor
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