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Taxista fecha a meta do Iguaçu

Vilson, goleiro e taxista do Iguaçu de Santa Felicidade (Foto: Maurício Kern) (Foto: )

 

Vilson taxista do Iguaçu

Vilson, de 41 anos, goleiro e taxista do Iguaçu de Santa Felicidade (Foto: Maurício Kern)

 

Todo mundo sabe que a vida de goleiro é ingrata: tem dia em que ele falha e tem dia em que fecha a meta. Quem compareceu ao Estádio Recanto Tricolor, em Almirante Tamandaré, no último sábado (5), para ver o clássico entre Combate Barreirinha e Iguaçu teve o privilégio de ver em campo uma atuação de gala do camisa 1 da equipe alvinegra, que garantiu o empate sem gols no reduto adversário.

Vilson, o goleiro que se tornou a estrela da tarde de sábado, jogou no extinto Colorado e passou pelas categorias de base do Paraná Clube até se profissionalizar no Tricolor da Vila Capanema. O arqueiro defendeu o clube na década de 90, ao lado dos goleiros Régis e Neneca. Ambos eram treinados pelo preparador Almir Domingues.

O arqueiro, de 41 anos, jogou durante dois anos no profissional e depois recebeu um convite do diretor Bodinho para defender o Combate Barreirinha na Suburbana. Um desafio que lhe rendeu várias conquistas atingindo uma marca invejável no amador. O quarentão conseguiu 5 títulos no Combate e deu a volta olímpica na Suburbana nos últimos 3 anos, em clubes diferentes. Levantou o caneco com o Santa Quitéria (2010), Bairro Alto (2011) e Iguaçu (2012).

Vilson atualmente defende a meta do Iguaçu de Santa Felicidade e disputa a posição com o goleiro Leandro Coto. A boa forma do experiente goleiro de cabelo grisalho é o resultado de treinamento acirrado durante a semana. A dupla era treinada pelo preparador de guarda-metas Armando Cesar, que foi substituído por Marcelo Valença.

Quando não está em ação na Suburbana, o goleiro do Iguaçu encara a boleia de um táxi nas ruas de Curitiba. Por coincidência, o presidente do Combate Alvaro Cezar Winhaski, que também está na presidência da Rádio Táxi Capital, teve influencia positiva na decisão da escolha do goleiro para seguir na profissão de taxista. Vilson trabalha das 6 da manhã até às 6 da tarde. Ele só folga aos sábados quando tem rodada no amador.

Durante uma corrida de rotina, o taxista da Suburbana recebeu um chamado para pegar um passageiro num hotel da capital. Quando chegou ao local recebeu apenas uma mala de viagem. “Foi a corrida mais estranha que fiz até hoje. Tive que levar a bagagem rapidamente no aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. O hospede havia esquecido e ligado desesperadamente para entregá-la o mais rápido possível, pois ele estava aguardando ansioso a mala para pegar um voo que estava prestes a sair”, lembrou sorridente.

Vilson jogou no Sinop do Mato Grosso e rodou por outros clubes do Brasil. Ele foi treinador de goleiros no Rio Branco de Paranaguá. Ficou por pouco tempo, pois não se adaptou com o estilo de trabalho no clube e abandonou a carreira.

O arqueiro tem orgulho de exercer a função que escolheu na posição mais ingrata do futebol. Pois o goleiro pode ir do topo ao abismo em questão de minutos durante uma partida. Defendendo um pênalti ou levando um frango.

O camisa 1 e taxista do Iguaçu, é casado com a esposa Cristiane e tem 3 filhos. Gustavo, de 3 anos, e recentemente os gêmeos Rhuan e Victor, que nasceram há dois meses.

Após fechar a meta na partida contra o Combate Barreirinha no sábado, clube que o projetou no amador, o taxista tinha mais uma missão a ser cumprida, precisava cuidar dos gêmeos e futuros goleiros.

 

Goleiros do Iguaçu gazeta do povo

Goleiros do Iguaçu em ação: Vilson, preparador Armando Cesar (centro) e Leandro Coto (Foto: arquivo pessoal / Armando Cesar)

 

futuro goleiro

Homenagem ao goleiro Vilson que é pai dos gêmeos Rhuan e Victor, futuros goleiros que nasceram recentemente (Foto: Divulgação pensamento de goleiro / facebook)

 

 

 

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