Marcos Antônio Anzolin, 38 anos, além de seguidor do Trieste, é vice-presidente do clube de coração. A relação deste torcedor com o time da colônia italiana de Santa Felicidade vem desde berço. O pai Antônio (Russo) já falecido levava o filho quando era criança de colo para entrar com o time em campo como mascote do Trieste durante os jogos.
Marcos mora na rua do Estádio Francisco Muraro, que é o reduto triestino. Ele cresceu dentro do clube em todos os sentidos e nos últimos anos foi convidado para compor a diretoria assumindo a função de vice-presidente. O fanático torcedor é um verdadeiro curinga no time. Ele cuida da recepção da arbitragem nos dias dos jogos, segurança no estádio, portaria e logística.
Um jogo ficou marcado na memória do fiel torcedor. Foi durante uma final da Taça Paraná em 1985 entre Municipal de Jacarezinho e Trieste. A delegação saiu de Kombi de Curitiba num domingo pela manhã para disputar a decisão a tarde em Jacarezinho. O Trieste jogava por um empate, pois havia vencido o primeiro confronto em casa por 3 a 2.
“A partida estava empatada por 1 a 1 e por pressão do time local o árbitro arrastou o duelo até os 60 minutos da segunda etapa. Escureceu e terminou o jogo, o Trieste conquistou o título e precisamos sair de campo escoltados pela polícia sem poder comemorar na casa do adversário”, relatou Marcos.
Muitos torcedores da colônia italiana escutavam a partida pelo rádio e saíram de suas casas para esperar o time no estádio Francisco Muraro. Os atletas e os torcedores só foram comemorar a conquista às 4 horas da madrugada na chegada do time com a delegação em Santa Felicidade. Acenderam os refletores do estádio e os jogadores fizeram muita festa dando a famosa volta olímpica dentro do seu reduto.
Emoção com o título da Suburbana
Acostumado com títulos no passado, a última conquista do Trieste aconteceu em 2006 sob o comando do treinador Ivo Petry. O clube amador com estrutura de time profissional estava na fila amargurando três vice-campeonatos nos últimos anos e sendo muito cobrado pelos torcedores.
No último sábado (7) , o jejum com a seca de títulos só foi quebrado no terceiro encontro na superfinal contra o incansável Santa Quitéria no território do adversário.
A última partida da final ficará na memória do público que esteve presente nesta decisão de 120 minutos. Num jogo que parecia mais a batalha dos Aflitos. Várias expulsões, pênalti e gol decisivo no final. O clássico terminou empatado por 2 a 2 no tempo normal. No último minuto da prorrogação quis o destino que o título suado acontecesse numa boa parada. O predestinado Marquinhos Lima bateu uma falta com perfeição e incendiou o Estádio Maurício Fruet.
Após o apito final, o ex-mascote do Trieste desfilava como uma criança emocionada exibindo a medalha e a bandeira do time de coração no gramado. Diferente da Taça Paraná de 1985, desta vez foi possível dar a volta olímpica e comemorar o título da Série A.
“Sou apaixonado por este clube. Foi uma batalha difícil, mas conseguimos, sou seguidor, e estarei com o Trieste onde ele for. Anota aí, “o campeão voltou”, exaltou o fiel torcedor.
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