A importância do estágio na vida dos futuros profissionais

No Brasil da crise, os jovens encontram ainda maior desafio para entrar no mercado de trabalho. Além da falta de experiência, dados do Núcleo Brasileiro de Estágio (Nube), mostram que em 2018 temos mais estudantes no Ensino Superior, porém a quantidade de vagas de estágio – que é a porta de entrada para uma carreira – vem caindo nos últimos três anos.

Esse período ruim para o mercado vai de encontro com uma fase bastante promissora que vive essa geração de garotas e garotos que batem à porta das empresas: eles nasceram em um mundo com mais oportunidades e nos últimos anos ficaram conhecidos como jovens que têm a possiblidade de escolher efetivamente o que gostam fazer, no momento que for mais oportuno, aliando muitas outras atividades da vida pessoal, estudantil e profissional.

Porém, nem sempre as coisas acontecem como a gente gostaria. E esse deve ser o grande aprendizado para essa geração que está disponível. Infelizmente nosso país ainda vive de bolhas de economia e precisamos aprender a surfar conforme a onda. Hoje, o jovem precisa abrir mão – mesmo que momentaneamente – de algumas coisas que ele julga como importante em detrimento da busca de experiência no mercado.

O que quero dizer: se você está estagiando no momento, evite pular de ‘galho em galho’. Foque na busca de aprendizado. Não troque uma vaga por uns trocados a mais. Pense que o estágio é uma bolsa financeira aliada ao aprendizado profissional e ao mesmo tempo uma poupança de experiência a qual você poderá utilizar em futuras entrevistas para empregos.  Ou seja, valorize a oportunidade que você tem em mãos.

É necessário frisar que no estágio também há coisas legais e não legais a se fazer. Mas esse período de experiência vai fazer você sentir ou ajudá-lo a escolher aquilo que você mais gosta de fazer. Diferente de um profissional, você tem data para entrar e para sair do estágio, então não ficará lá para ‘sempre’. Busque tirar o melhor proveito deste período.

Ao fazer o estágio, procure ouvir o que o seu gestor tem a dizer. Não leve críticas pelo lado pessoal. Assimile, analise o que lhe for exposto. Isso vai lhe dar maturidade. Ouça também os colegas de trabalho. Observe como os outros profissionais lidam com determinadas situações, certamente você vai passar por isso no futuro. Outra questão, não seja uma ‘samambaia dentro de um vaso’ ornamentando o ambiente. Você pode e deve interagir, perguntar quando tiver dúvidas e opinar sobre assuntos quando for o momento adequado. Empresas gostam de proatividade.  Não tenha medo de agir desta forma. E quando for lhe dada uma missão, tente cumpri-la na íntegra, além de bem visto você vai aprender muito com aquilo que lhe foi confiado.

Para as empresas a dica é não tratar estagiários como meros ‘carimbadores ou entregadores de documentos’. Esse pensamento é retrógrado. Empresas modernas contratam estagiários dentro de um programa social desenvolvido pelo setor de recursos humanos. E mais, aproveitam os talentos descobertos para suprir necessidades de vagas. Aliás, é muito mais barato aproveitar os recursos internos do que fazer uma seleção externa. Ou seja, é uma medida inteligente, moderna e que custa menos para as corporações.

E professores, cuidem de seus alunos. Muito cuidado no momento de orientar a garotada. Já vi alunos perderem oportunidades boas porque um docente fez uma orientação errada ou no mínimo pouco avaliada. Hoje, o papel do professor está muito mais no de orientar seus alunos e eles, têm na figura do mestre a pessoa que possui a palavra de maior peso. Então, um bom acompanhamento vai ajudar o aluno a despontar na carreira.

Por último, pais. Talvez vocês não tenham muita familiaridade com as disciplinas as quais seu filho está cursando. Mas uma boa contribuição para que ele possa se sair bem nos primeiros anos de trabalho é dar apoio e continuar a reforçar seus valores. Um profissional reconhecido no mercado é aquele que tem boa técnica, um bom relacionamento e pratica efetivamente aquilo que vem de berço. Se avaliarmos bem, todos somos um pouco responsáveis pelo mercado de trabalho do futuro.