As merecidas férias

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O conceito de férias, segundo a história, data ainda dos idos do século III d.C., quando o imperador romano Constantino iniciou a denominação do calendário semanal. De lá para cá muita coisa evoluiu, mas ocorre de maneira diferente dependendo da cultura e do país. Elas podem ser remuneradas ou não. Na China, por exemplo, são cinco dias por ano, nos EUA, remuneradas somente após o quinto ano de trabalho na mesma empresa. Nos países nórdicos são 45 dias a cada 12 meses. Aqui no Brasil, temos um mês inteirinho ao ano para nosso descanso.
Independentemente da época ou quantidade de dias, as férias são primordiais para o trabalhador de todas as áreas. Vivemos em um país em que cada vez mais pessoas estão trabalhando por conta própria por necessidade. São esses profissionais que menos conseguem usufruir destes momentos, o que acarreta em sérias consequências em sua profissão, vida pessoal e familiar.
Quem não goza de férias com o tempo se apresenta mais cansado, irritado, estressado. Tem a tendência de errar com mais frequência em seu trabalho, tende ainda a ser menos produtivo e a desenvolver doenças relacionadas ao cansaço.
Se para o colaborador é algo ruim ficar sem férias, para as empresas que não organizam isso de maneira adequada, também acaba não sendo um bom negócio. Esses fatores certamente vão influenciar na qualidade dos serviços prestados ou no atendimento as demandas.
Mais do que organizar as férias internamente, a empresa precisa incentivar para que as pessoas tirem seu período de descanso. Pensando pelo lado da gestão, isso também se torna saudável, pois é o momento também de avaliar como a organização ou a equipe se comporta com aquele profissional fora do cargo.
Contudo não é tão simples assim. E acredite: tem muito profissional que não tira férias com as mais diversas desculpas. Porém, o fator que mais impacta neste sentido é o medo. O receito de voltar e não ter mais o cargo ou vê-lo ocupado por outro colega, e infelizmente isso tem sentido porque há uma cultura do ‘desrespeito’ no Brasil. Ora, se você vai despedir alguém, faça-o na véspera das férias e não na volta. Outro ponto que corrobora é o medo de que pares e a empresa descubram suas fragilidades ao longo de sua ausência.
Vencidas essas etapas, a melhor maneira de tirar férias tranquilas é fazer um planejamento. Primeiro inicie com antecedência negociando com sua chefia o período que gostaria fazer a pausa. A partir disso planeje com sua família ou você mesmo o que deseja fazer no período.
Chegando próximo das férias, organize suas atividades para que, em sua ausência, os demais colaboradores possam dar conta das atividades deles e também das suas e lembre-se: as pessoas farão atividades que não podem parar durante o seu descanso, não vale deixar materiais que você não deu conta, projetos inacabados ou algo do gênero para que os colegas o finalizem. Pense que você também vai ter que cobrir férias e não gostaria que os mesmos fizessem isso contigo.
Por fim, estando em férias, divirta-se. Se viajar, viaje! Se ficar em casa, fique, se quer fazer uma outra atividade, faça. O que não pode é ficar ligado à empresa e as atividades do trabalho. Mais do que descansar, suas férias precisam dar um tempo na rotinha que você possui em sua atividade profissional. Se você sentir saudade para voltar a seu trabalho no final do período, tenha a certeza de que você está descansado e ao retornar tende a ser muito produtivo. Se sentir que está entediado em casa já no meio do período, nas próximas férias, turbine seu planejamento para as merecidas folgas. Tire suas merecidas férias com a mente leve e aberta, buscando aproveitar aquilo que a vida oferece além dos portões das organizações.