O desligamento de um profissional que atua em cargos de confiança nas esferas executivas, estaduais ou Federal, vezes ou outra, acaba por ganhar um bom espaço na mídia quando consolidado. Geralmente, e infelizmente, antes que isso ocorra, essa pessoa costuma ser ‘fritada’ nas redes sociais e até em alguns segmentos de comunicação.
Esse processo pode ser corrosivo para o profissional cortado e muitas vezes para o órgão e Governo que tomou a decisão. Em alguns casos, para tentar amenizar o impacto na vida deste indivíduo, alguns líderes ainda dão a opção da pessoa enviar a carta pedindo o desligamento, demonstrando assim o tom de que é ele quem teve a iniciativa de deixar o cargo.
No mundo corporativo não é muito diferente, excluindo a exposição maciça, o processo também costuma não ser tão amigável. Porém, existem trabalhos específicos que orientam empresas a realizar um bom processo de desligamento nas companhias. Sim, o ‘despedir pessoas’ pode ser menos doloroso e até vantajoso para as corporações e para o próprio profissional.
Antes de tomar a decisão de encerrar um contrato, as empresas precisam organizar esse trabalho como um outro qualquer. Isso vale para dispensa em massa ou para aquelas individuais. Acima de tudo, é necessário usar da verdade e do respeito para com o ser humano.
Na grande maioria das vezes as companhias faltam com a verdade no momento de justificar o motivo deste desligamento. As vezes o cidadão cometeu um deslize que, perante a corporação, não é compatível com os valores da empresa. Na hora de desligar fala-se em contenção de gastos. Além de soar falso, provoca na pessoa uma ira, alimenta a mágoa e não ajuda o profissional a ter subsídio para viver aquele momento.
A verdade quando falada às claras e de maneira adequada vai contribuir diretamente para que o profissional possa fazer uma autorreflexão. Quem sabe nas próximas oportunidades não cometerá os mesmos erros.
Para empresas que precisam lidar com essas situações, quase que com frequência, o ideal é ter um programa interno que trate deste assunto, que oriente o Recursos Humanos e até mesmo a liderança a saber como proceder em casos como esses. Em algumas situações, ter o suporte de uma consultoria de desligamento pode ser uma excelente estratégia, principalmente para médias e grandes empresas.
Esse respeito para com o desligado, vale também para empresas que possuem parceiros terceirizados em suas estruturas, seja ele remotamente ou internamente. Imagine a situação, por exemplo, de uma assessoria que trabalha há um bom tempo em determinada área da companhia. E lá pelas quantas, a empresa pede para seu corpo jurídico ligar para essa empresa dizendo que o contrato será encerrado no próximo mês.
Bem, se o trato é com determinada área ou liderança o tempo todo, seria no mínimo ético chamar a consultoria para fazer esse encerramento explicando os motivos. Tratar da parte legal é uma outra etapa, e não cabe ao ‘jurídico’ fazer esse papel.
Para quem está sendo desligado, o ideal também é questionar os motivos do desligamento, mas não como forma de inverter a situação, mas para justamente poder ter em mãos a real situação do porquê a empresa tomou aquela decisão. Isso o deixará um pouco menos desconfortável e o ajudará a levantar-se para novas oportunidades em um tempo menor. Fico na torcida para que o Brasil tenha menos desligamentos e mais oportunidades nos próximos anos no mercado de trabalho.
-
Decisão do STF de descriminalizar maconha gera confusão sobre abordagem policial
-
Enquete: na ausência de Lula, quem deveria representar o Brasil na abertura da Olimpíada?
-
“Não são bem-vindos a Paris”: delegação de Israel é hostilizada antes da abertura da Olimpíada
-
Black Lives Matter critica democratas por “unção” de Kamala Harris sem primárias
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS