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Iniciar uma carreira profissional sempre foi desafio para qualquer geração. Não seria diferente para a atual, que mesmo altamente conectada e bem formada enfrenta o velho problema de ter que comprovar experiência curricular para concorrer a determinadas vagas no mercado.

Para essa geração, existe ainda alguns fatores agravantes: as famílias contemporâneas preferem que os filhos se dediquem integralmente aos estudos, sem incentivá-los a buscar experiências profissionais, independentemente da função. Outro ponto que também afastou a garotada do trabalho foi a legislação que nas últimas décadas ficou mais rigorosa, restringindo empresas a ofertarem vagas para o público iniciante.

É claro que temos disponíveis bons programas no mercado, com o objetivo de preparar essa mão de obra. Entre eles os estágios, trainees e até mesmo o jovem aprendiz. Contudo quero me ater aqui a um programa que é específico para universitários: a atuação de estudantes nas Empresas Juniores, programa que muitas faculdades oferecem, contemplando diferentes áreas de atuação.

Participar desses programas é algo rico para o jovem que ainda não tem experiência. Primeiro porque o aluno tem a possibilidade de exercitar na prática o conteúdo que recebe em sala de aula. Segundo porque o estudante, presenciando atitudes na prática pode compartilhar a experiência com colegas e professores.

As características das estruturas juniores se assemelham com empresas existentes no mercado.  O aluno ‘funcionário’ terá que colocar a mão na massa para fazer a estrutura rodar, acompanhando seu faturamento, os impostos a serem pagos, a apresentação da contabilidade mensal etc.

O ganho também é observado no desenvolvimento comportamental da pessoa, como respeito a prazos, o trabalho em grupo, a negociação com clientes e fornecedores, o relacionamento e interação junto ao mercado. Dependendo da posição do estudante dentro desta empresa júnior, esse jovem profissional terá que desenvolver o perfil de liderança, se deparará com a dura realidade de confiar e delegar. Terá que amadurecer a ponto de fazer autoavaliações, lidar com frustrações e até com o fracasso de projetos.

Conceitos teóricos também são vistos na prática como ética, a importância da colaboração com o outro para o êxito de um bom projeto, a realidade da competitividade e a importância do estudo para se fortalecer boas ideias.

Ao final desse processo o currículo do jovem profissional estará denso e condensado. As empresas ao se depararem com profissionais deste quilate certamente abrirão com maior facilidade as portas, e não é porque são boazinhas, mas sim porque sabem que uma experiência em uma Empresa Junior agrega muito para o currículo. Por outro lado, os recém-formados podem ainda optar por uma carreira empreendedora. A experiência dará suporte para que riscos sejam amenizados. Eis um bom ponto de partida.

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