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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, divulgada recentemente, revela que perto de sete milhões de mulheres abandonaram o mercado de trabalho desde a última quinzena de março, quando houve a necessidade do início do distanciamento social. São dois milhões a mais do que o número de homens na mesma situação.
Mais uma vez se vê a severidade de uma crise no mercado de trabalho, quando o posto é ocupado por elas. O impacto é ainda mais forte quando as mulheres têm filhos pequenos ou recém-nascidos.
Em outras ocasiões, ainda antes deste chamado mundo novo pós-pandemia, já havia abordado esse tema em minhas colunas. A Covid-19 jogou luz a um problema difícil de ser resolvido no mercado de trabalho feminino brasileiro. Quando a mulher se torna mãe, a carreira sofre um baque. Várias pesquisas apontam que elas têm sido demitidas antes que seu filho complete dois anos, a crise pandêmica escancarou isso.
Mediante a esses números quero fazer um apelo para que os gestores empresariais e de gestão de pessoas reflitam sobre esta triste realidade: ter filhos pequenos e/ou estar em fase de gravidez não deixa a pessoa menos apta a realizar suas funções. Muito menos a pandemia. Pelo contrário. A gravidez de suas colaboradoras é algo que tende a transformá-la em alguém ainda mais comprometida e ainda mais produtiva para sua companhia. Convivi com centenas de mulheres que viveram essa experiência e posso afirmar que elas se apresentaram de modo diferente e muito particular após a gravidez em sua imensa maioria.
Se ainda não fui suficientemente convincente, lembre-se que hoje as mulheres brasileiras são também as chefes de famílias. Ou seja, se elas têm a capacidade de consumo reduzida, a economia não gira, e a sua própria empresa pode vir a perder com isso, com o mercado mais fragilizado.
Por fim, mulheres, um recado para vocês que desejam ser mães: não deixe de buscar o seu sonho. Se você se sente preparada e o casal está de acordo, siga em frente. Pode ter a certeza de que, você será uma profissional ainda melhor, quando você tiver o seu filho em seus braços. Não deixe a mentalidade de desvalorização feminina podar o seu sonho.