A Reforma Trabalhista brasileira entra em seus últimos capítulos nas próximas semanas. Muito se falou, discutiu da primeira proposta apresentada até a redação final. Fato é que trabalhar no Brasil será diferente de como estamos acostumados no dia de hoje. As mudanças não serão sentidas do dia para noite, mas em um curto espaço de tempo, elas devem, inclusive, mexer no dia a dia das empresas e na cultura organizacional.
Porém, as mudanças ainda não são em sua totalidade, e isso se deve as inúmeras polêmicas e concessões que giram em torno da pauta. Infelizmente ainda não se pensou em sua totalidade na sociedade, no empregado ou na economia. A discussão ficou no âmbito político, uma espécie de troféu: “eu fiz e você não”. “Eu defendo – ou não – porque preciso pensar em meus votos lá na frente”, e por aí vai.
Esse jogo de empurra, não permitiu um amplo debate e, mesmo com décadas de atraso, a proposta a ser implantada ainda vai ficar devendo, tanto para empresários quando para trabalhadores. E pior, arrisca ficar obsoleta já nos próximos anos, porque das propostas plausíveis, as comissões defenderam pensando na sociedade nos dias de hoje. A reforma deveria ir além disso, precisaria levar em consideração os próximos cinco, dez ou vinte anos. Essa flexibilização é que está faltando, até porque não sabemos o certo o que vai acontecer neste período, onde tudo muda com muita velocidade.
Ouvimos constantemente que o Brasil não funciona sem o corpo do funcionalismo público. Em partes isso é verdade. Mas também é verdade que o país também é atravancado pela mesma estrutura. Porém não se pode ignorar que o corpo laboral da nação é formado por colaboradores da iniciativa pública e privada. A reforma proposta se ateve ao que reza a CLT.
Assim como os empresários carregam um pesado fardo de impostos no momento da contratação de pessoas, os municípios, estados e o país também se encontram encurralados no momento de contratar. Pior, a estabilidade quase que total adoece a prestação de serviços ao cidadão. Essa foi outra boa oportunidade que foi deixada de lado neste debate que deveria ser ampliado.
Contudo é o que teremos, uma minirreforma trabalhista. Necessária? Sim. Atende as necessidades do país e de seus trabalhadores? Não. A sugestão é que trabalhadores e empresários, busquem entender ao máximo o que muda, após a assinatura do Presidente da República. A partir deste entendimento, tentar transformar o conhecimento das regras em algo que seja útil à carreira e aos negócios empresariais.