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O primeiro semestre de 2020 finalizou com uma notícia para lá de ruim aos brasileiros: a taxa de desemprego saltou para mais de 12% da população economicamente ativa. Entre os meses de abril e maio, 7,8 milhões de trabalhadores perderam suas ocupações, segundo informações de pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

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De certa forma todos nós já estávamos sabendo que isso ocorreria, uma vez que a Covid-19 não poupa ninguém. Mas é sempre chocante ver números tão altos e pensar que são milhares de famílias que estão precisando urgentemente de recolocação em um universo que já não era bom.

Em meio a essa dramática desaceleração econômica, existem, porém, alternativas de se promover mudanças na organização do trabalho, de forma que as empresas possam salvar postos. O compartilhamento de recursos e flexibilidades em diferentes frentes podem ser uma boa saída.

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Isso pode significar, por exemplo, semanas de trabalho menores ou acordos de compartilhamento de trabalho para evitar folguistas em períodos com menor demanda. Regime de expediente também pode ser revisto para obter melhores resultados financeiros e até mesmo para que as pessoas também consigam conciliar a vida privada e a profissional. A legislação tem muitas alternativas que podem ajudar neste momento.

Para aquelas atividades as quais é possível fazer o trabalho a distância, o universo aumenta. Alguns especialistas com quem tenho conversado, inclusive, defendem a ideia de que essa prática, que veio para ficar, vai ajudar as pessoas mais velhas a prolongarem a sua carreira, contribuindo desta forma para que as empresas desfrutem de profissionais com gama de experiências.

De fato, isso pode sim ocorrer, mas, é preciso chamar a atenção para que essa pessoa não seja contratada apenas por sua especialidade técnica, como um mero fazedor de tarefas.  O trabalho isolado pode gerar uma sensação de perda de identidade e propósito de uma profissão. Ou seja, trabalhar por trabalhar, para apenas garantir o sustento. Uma hora isso acaba se esvaziando. É preciso pensar que o trabalho, como já diz a velha frase “dignifica o homem” e esse senso de pertencimento precisa estar presente em qualquer atividade que um profissional execute, e somente por vias virtuais isso não é possível de ser alcançado plenamente. Durante a pandemia, isso pode muito bem dar certo. Após a pandemia será necessária uma boa avaliação de como juntar o melhor do trabalho a distância com o melhor do trabalho presencial e chegar a um meio termo.