“Esse foi um erro devido à falta de comunicação”. O leitor já deve ter ouvido essa frase no meio empresarial. Se não, ainda deve encontrar algo parecido durante sua carreira profissional. Geralmente o argumento é usado por dois motivos. O primeiro, porque muitas pessoas têm dificuldades para assumir falhas. A segunda, e a mais comum, é que o conceito de ‘Comunicação Interna’ ainda não está maduro o suficiente dentro das organizações para separar erros em processos de trabalho de falhas em processo de comunicação.
Independentemente do porte dos negócios, as organizações precisam se voltar para importância de conversar de maneira clara e objetiva com seu público interno. Colaborador bem informado é sinônimo de marca bem representada. É tão bom conversar com pessoas que exalam o entendimento dos negócios a qual representam. Ficamos mais tentados a consumir aquele produto ou serviço. O contrário também vale, quando ouvimos funcionários dizendo “não sei disso nem daquilo, não é da minha área …” e por aí vai, é algo frustrante para o cliente.
Porém, o mercado, no geral ainda não tem esse discernimento da estratégia da comunicação interna, tratando-a como algo secundário, que gera despesa, partindo do princípio que as pessoas sabem sobre tudo o que ocorre na empresa. Com um agravante: aquelas marcas que abrem espaço, muitas vezes passam por experiências não muito agradáveis por não saberem exatamente qual rumo dar para a comunicação interna.
Para essas empresas e profissionais que atuam nesta área, algumas dicas preciosas podem lhe ajudar a decifrar o enigma. Vamos ao primordial: procure saber qual o perfil de seu público interno. Majoritariamente masculino ou feminino, grau de escolaridade, se casado, se tem filhos, quais os principais hábitos de leitura etc. Procure saber o máximo sobre as pessoas com quem você deseja estreitar o relacionamento. Isso vai lhe ajudar a traçar a estratégia de como chegar ao seu público de maneira assertiva.
Feito isso, pense em canais de comunicação interna os quais o público terá a oportunidade de consumir a informação empresarial. Inclua nesse exercício outras formas de chegar ao público comunicação cara a cara, eventos de relacionamento interno, confraternizações, premiações, ações de reconhecimento. Tudo o que a empresa faz, de certa forma comunica.
Regra de ouro: Discurso e prática. Não fale aquilo que a empresa não pratica ou realiza parcialmente. Assim como na comunicação voltada para o cliente, a relação interna precisa ser pautada na credibilidade. Se a empresa diz que a regra é esta, então precisa ser a primeira a dar o exemplo, por meio de sua liderança inclusive. Se ela não o faz, ninguém o fará.
Outro ponto importante é centralizar o trabalho de comunicação interna. Muitas empresas definem o setor de Recursos Humanos como o vetor de propagação. Contudo, é preciso ter cuidado: o RH não pode fazer a comunicação interna para o setor de recursos humanos tão e somente. A comunicação interna precisa ser vista como estratégica, onde a cultura organizacional precisa ser permeada utilizando de exemplos de todos os setores, incluindo atividades de Recursos Humanos.
Por fim, planeje a comunicação interna. Objetivos, metas, onde se quer chegar? O planejamento, geralmente em um espaço mínimo de um ano, vai permitir correções de percurso quando necessário, ou apontar o caminho correto que precisa ser aproveitado. Dentro disso, procure mensurar todo o trabalho que está sendo realizado. Uma boa forma de fazer isso é promover a comunicação de duas vias, onde a empresa dá o tom, mas o colaborador tem a liberdade de participar, opinar. Quanto mais participação, mais fidedigna a mensuração. Chegando a este estágio, a equipe interna estará motivada, o clima organizacional melhorará e certamente os clientes sentirão essa atmosfera positiva, refletindo nos resultados, não havendo mais motivos para dizer o “erro foi tão somente de comunicação”.
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