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Mal inicia o mês de junho, até mesmo antes dele, e o comércio, a programação dos filmes na televisão, as promoções nos restaurantes e tantos outros apelos de marketing não nos deixam imunes quanto ao clima de romance. Não tem como passar desapercebido que o dia dos namorados é comemorado no dia 12 deste mês.

O excesso de convivência deve ser muito bem administrado para que não ocorra um desgaste na relação. Foto: Shutterstock.

O excesso de convivência deve ser muito bem administrado para que não ocorra um desgaste na relação. Foto: Shutterstock.

Pois bem, muitos ambientes de trabalho propiciam o encontro de sua “cara metade” e muitos outros casais resolvem compartilhar o mesmo ambiente de trabalho. Quando isso acontece, o que fazer? Quais as regras das empresas e como orientar todos os envolvidos?

Os tempos mudaram

Não faz muito tempo os gestores de Recursos Humanos orientavam que os problemas pessoais deveriam ser deixados na porta do trabalho. Atualmente sabe-se que isso é impossível. Não tem como uma pessoa se desligar, como um autômato, quando assume suas funções na empresa. Os gestores precisam conhecer sobre inteligência emocional – ter autoconhecimento e saber como se comportar em diferentes ambientes e em diferentes grupos.

Essas variáveis de comportamento também acontecem no quesito relacionamento amoroso. As pessoas não têm o comando de seus sentimentos e muitas vezes, justamente por se conviver por muitas horas com a mesma pessoa, acabam se envolvendo amorosamente com um colega do trabalho.

Neste caso, as empresas têm que estabelecer as regras já no momento da integração, na ocasião em que o funcionário ingressa na organização.

Quais seriam as regras do convívio no ambiente de trabalho

Os especialistas recomendam e minha experiência como consultor em capital humano também, que precisamos considerar duas situações, quando o relacionamento já existe e quando ele surge depois de estar na empresa.

O ideal é que no caso do relacionamento pré existir, que os envolvidos no relacionamento não trabalhem na mesma área. Que seus conhecimentos se complementem, mas se possível, que não sejam subordinados um do outro. Caso seja uma pequena empresa, que não possua muitas alternativas, meu conselho é que consigam agir com maturidade e saibam que mesmo estando brigados em casa, na empresa é preciso manter o foco no trabalho e no que seu “chefe” – e não parceiro amoroso – está solicitando.

Na realidade qualquer relacionamento em linha direta, seja de um casal ou de um familiar, acaba comprometendo o resultado dos negócios da empresa, pois nem sempre se consegue separar sentimentos na hora de estipular ou de cobrar metas e resultados.

Caso o relacionamento amoroso aconteça depois de um tempo de convívio no ambiente de trabalho, o direcionamento deve ser o mesmo. Caso trabalhem juntos, é preciso maturidade e reconhecimento do quanto interferem no dia a dia de trabalho.

Assim como em qualquer outro ambiente, o respeito pelos colegas não se precisa nem comentar. Demonstração de afetos podem intimidar os colaboradores e causar um mal estar. Assim como, sentimento de protecionismo e desigualdade de tratamento com relação aos demais funcionários. É preciso maturidade e inteligência emocional para que o dia transcorra sem problemas.

Produtividade

Segundo pesquisa divulgada pelo International Stress Management do Brasil (ISMA-BR), a produtividade é elevada quando casais trabalham juntos. Normalmente eles compreendem mais o estresse do dia e a carga horária do parceiro.

Eu mesmo posso testemunhar essa produtividade e complementaridade no dia a dia. Trabalhei durante anos com minha esposa Mirian. Sempre tivemos o cuidado de não levar os problemas de casa para o trabalho, mas o contrário acontecia. Levávamos problemas e situações do trabalho para nossa casa. Isso não era negativo, tínhamos mais tempo para analisar, mais liberdade para conversar.

Essa situação também nunca nos afetou no sentido de ocupar todo o nosso tempo pessoal. Tínhamos nossos momentos de namoro e de conversa sobre os filhos e amenidades. Ressalto que para isso acontecer é preciso maturidade e complementaridade tanto nos conhecimentos sobre trabalho, como sobre o relacionamento. No nosso caso, posso dizer que a confiança e admiração um pelo outro, nutriam nossos dias tanto em casa como no trabalho.

Quando a situação não é positiva

Em alguns casos a falta de limite e a rotina voltada somente para o trabalho pode ser prejudicial para o casal que resolve trabalhar junto. Outro fator é quando o casal é genioso, pode ficar difícil um ceder quando discordam e isso afeta nas decisões da empresa.

Nesses casos, o excesso de convivência deve ser muito bem administrado para que não ocorra um desgaste na relação. Procurar interesses individuais, cursos, academia, passeio com os amigos, enfim, procurar algum espaço que seja somente dele, pode ajudar na relação.

Conviver em harmonia, tanto no trabalho quanto em casa, requer sensibilidade, maturidade e cuidado com o outro. Para conviver em um ambiente de trabalho com a pessoa que possuímos afeto, além desses itens citados, precisa ter a habilidade de passar do papel de casal para o de colega de trabalho ou de sócio.

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