Vou publicar aqui a resenha na próxima quarta, mas queria pensar algumas coisas até lá.
Segundo meu dicionário, bricolagem é um trabalho ou conjunto de trabalhos manuais ou de artesanato.
A resenha escrita por Luiz Paulo Faccioli trata da novela “A Vida Obscena de Anton Blau”, escrita por Maria Cecília Gomes dos Reis.
Segundo Luiz Paulo Faccioli, o termo bricolagem, vai além da significação do dicionário, é usado na antropologia de Claude Levi Strauss.
Levi Strauss descreve o termo bricolagem como ação espontânea relacionada ao pensamento não científico.
No caso, as mitologias.
As mitologias teriam por função servir de eufemismo, substituir termos ou temáticas constrangedoras e demasiado traumáticas para serem pronunciadas de maneira direta.
As mitologias, portanto, serviam de metáfora para determinados temas, como o ato sexual, na Grécia Antiga.
Estas metáforas substituiam a temática, explicando-a e explorando seu conteúdo sem causar constrangimento.
E se Exposição for uma bricolagem que nos serve várias metáforas para pensar o traumático?
Uma peça que passasse uma hora e vinte xingando a platéia não teria todo o efeito que se conseguiu através das metáforas de Exposição.
Não quero me prolongar muito, mas abrir algumas questões.
A resenha está ali prestes a ser publicada, mas nela não cabe tudo o que a peça apresenta.
Isto porque a peça cria várias pequenas mitologias, é bricolagem de tanta coisa a refletir que temos de fazê-lo em dois insuficientes post.