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Thiago Braga

Thiago Braga

Entender a história da guerra é entender a história dos homens. Uma nova coluna todo domingo.

Assassin’s Creed: uma franquia que revolucionou a história nos videogames

A reconstrução de Roma no século XVI impressiona no jogo (Foto: Ubisoft - Reprodução)

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Foi com Altair Ibn-La'Ahad que a história começou: uma ordem de assassinos fundada no Oriente Médio no século XII. Seu objetivo era impedir que o mundo fosse controlado por uma poderosa ordem que surgia na época das Cruzadas. E se falamos de uma “ordem poderosa” e falamos de “cruzadas”, ela só pode ser a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, carinhosamente conhecidos como Templários.

A história no jogo é ousada e provocante: os templários são os vilões dominadores e os árabes são os mocinhos oprimidos. Mas não se engane, essa narrativa é fictícia e qualquer jogador sabe disso, afinal de contas é a visão que os sarracenos têm da história, e que nada tem de doutrinação política subliminar. Contudo, o que torna a franquia Assassin’s Creed revolucionária não é essa “estória”, mas a ambientação histórica. No primeiro jogo da série somos transportados para Jerusalém em finais do século XII no meio das Cruzadas na Terra Santa. Quando falo que somos transportados para Jerusalém, não é uma figura de linguagem não: o jogo nos leva para a Terra Santa mesmo! Todo o ambiente histórico é recriado com uma maestria e precisão ímpar nos detalhes, algo difícil de ser superado por outras franquias. As ruas de Jerusalém, os montes, as casas, até os prédios históricos foram detalhadamente reconstruídos sob a tutela de especialistas no assunto.

É por isso que quando apertamos o botão “iniciar jogo” temos a sensação de sermos levados para aquele mundo; nos sentimos imersos nele. Aliás, o jogo se propõe a isso mesmo: a história é conectada a pessoas da era moderna que através de uma espécie de “máquina do tempo” são levadas à mente de seu ancestral direto por DNA. Isso é ficção, claro, e é a parte que em geral o pessoal menos gosta.

Depois desse breve contexto, vamos voltar para história de verdade. Aliás, muita história foi contada na franquia Assassin’s Creed. Até agora foram 12 produções ambientadas em diferentes épocas. São tantos detalhes interessantes que seria possível escrever uma coluna para cada jogo da série - por falar nisso, convido você, leitor que conhece a franquia, a escrever no campo de comentários dessa coluna quais jogos gostaria de ver por aqui -, mas por hora, vamos seguir a sequência. Depois do Assassin's Creed (AC) 1 tivemos o AC 2: saímos da era das cruzadas e toda sua ambientação no Oriente Médio e vamos para a Roma Renascentista na pele de um dos personagens mais carismáticos e queridos dos fãs: Ezio Auditore.

É por isso que quando apertamos o botão “iniciar jogo” temos a sensação de sermos levados para aquele mundo; nos sentimos imersos nele

Como é típico da série, também estamos em um mundo aberto, ou seja, não temos uma missão linear pré-determinada. Na pele de Ezio podemos andar livremente para qualquer lugar que quisermos realizando as missões na ordem que quisermos. E qualquer amante de história fica de queixo caído com a reconstrução de Roma levando em conta como ela possivelmente era a partir do século XVI. Podemos explorar o Coliseu, o Fórum Romano, o Circus Maximus, as ruas e vielas da cidade; podemos subir nos prédios e ter uma visão panorâmica de tirar o fôlego. Tudo isso feito com um cuidado histórico admirável. O destaque também fica para o antagonista de Ezio e um dos mais marcantes da franquia: o jovem Rodrigo Bórgia, templário, que mais tarde seria ninguém mais e ninguém menos que o Papa Alexandre VI.

Não é só nas cidades e prédios que vemos o cuidado histórico: até mesmo as armas são correspondentes e recriadas em sua forma original. Isso se reflete nas espadas das Cruzadas e nos mosquetes do século XVI tão comuns na Europa renascentista. E aqui não posso deixar de destacar a famosa “lâmina oculta”, uma espécie de adaga escondida na manga (literalmente) do nosso herói, usada para assassinar seus inimigos sorrateiramente. Não são chamados de assassinos à toa, né?

Assassin’s Creed é uma franquia dinâmica e intensa: temos Revolução Francesa, a Era dos Piratas, o Egito Antigo, a Grécia antiga na famosa Guerra do Peloponeso entre Atenas e Esparta, e agora a Era Viking em AC Valhalla. É história pra todos os gostos e de todas as épocas. E todo mundo ganha com isso: um mercado multimilionário que emprega milhares de pessoas, fazendo a gente se divertir, aprendendo e gostando de história.

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

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