Concerto do grupo sueco Sabaton no Hellfest 2017, Clisson (França).| Foto: Selbymay/Wikimedia Commons
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Você que me acompanha, querido leitor, seja aqui na Gazeta, nos meus canais do YouTube ou das entrevistas e podcasts que já participei, sabe o quanto o Metal faz parte da minha história e trajetória profissional.

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Como compartilhei com vocês em minha outra coluna, a banda Symphony X marcou a minha carreira: depois de ouvir um álbum deles de 2002, chamado “The Odyssey”, meus olhos se abriram e passei a amar história e literatura desde os meus 15 anos. Mas Symphony X é conhecido pelos seus clássicos literários: seu álbum seguinte, lançado em 2007 é baseado no épico de John Milton, escrito no século XVII, chamado “Paradise Lost”.  Mas em 1999 outra banda surgia, não para cantar os clássicos, mas para cantar história. Essa é o Sabaton!

O nome da banda já diz muito: uma armadura usada para proteger os pés dos cavaleiros. E a banda vai de leste a oeste; norte a sul quando o assunto é história: Grécia Antiga (Sparta) até a poderosa o século XVI com a poderosa “The Last Stand”, até os nossos heróis pracinhas que fizeram a cobra fumar na WW2 na “heroica” Smoking Snakes. Nenhuma banda se consagrou e fez tanto pela história quanto Sabaton.

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Muitos jovens aprenderam muitas histórias através da banda e passaram a estudar mais depois de escutarem os clássicos que cantam. Entretanto, a música é poderosa mesmo, os membros da banda se tornaram grandes especialistas na área. Isso torna inegável o valor da banda enquanto a construção de conhecimento e cultura. Só no Brasil, seus clipes têm milhões de views no YouTube.

Isso é louvável levando em consideração a quantidade de lixo artístico e cultural que nosso país produz através desses “Mcs Zézinhos” que só estimulam a mediocridade e imoralidade

Mas o poder do Sabaton em cantar essas guerras e batalhas é tão grande que pode despertar um sentimento de heroísmo exacerbado, especialmente nos mais jovens. Isso porque, novamente, a música é muito poderosa. De maneira geral, o Sabaton canta as glórias que vem depois das guerras: de fato, derrotar os nazistas é uma glória e tanto e deve ser sempre lembrada. Mas quando se está no calor do campo de batalha, existe tudo, menos glória.

E aí está um detalhe que mereceria mais atenção da banda: mostrar os horrores da guerra. Nas músicas não vemos os horrores explícitos das guerras modernas, em especial. Uma coisa é cantar sobre as batalhas da Grécia antiga, onde as batalhas eram lutadas em sua maioria, no “braço”, os projéteis eram lanças e flechas. Outra coisa é cantar sobre batalhas modernas, onde centenas de pessoas podem ser explodidas em pedaços com apenas uma bomba... E dependendo da bomba, dezenas de milhares podem ser explodidas.

Embora e banda já tenha afirmado repetidamente que não glorifica a guerra, essa acusação contra eles não é novidade realmente: acredito que eles não glorifiquem mesmo, mas a música e as letras podem causar esse desconforto a quem estuda as terríveis guerras. E aqui falo como historiador e fã: aliás, o nome do meu canal Brasão de Armas é uma referência ao lindo álbum da banda “Coat of Arms”.

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De qualquer forma, que alegria ter uma banda tão respeitada e que respeita a história de forma tão bonita.