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Nesses mais de dois anos, desde que recebi o bondoso convite da Gazeta do Povo para compartilhar com vocês um pouco da minha experiência enquanto historiador, já conversamos sobre muitos assuntos interessantes. Entre esses, vimos como filmes, séries e jogos podem ser usados para despertar o que há de melhor em nós e até para “lacrar”: para o bem ou para o mal. A história é extremamente versátil e pode se adaptar a múltiplos interesses e mídias.
Uma mídia onde a história tem brilhado é a música. No meu caso, quero compartilhar com vocês a partir de hoje a presença da história em um estilo que eu conheço, desde os meus 12 anos de idade (e é uma grande experiência mesmo levando em conta que já estou com meus 37 “feitos”, como dizia meu saudoso avô): o
Heavy Metal.
Quem aí já se deliciou com a incrível “Alexander The Great”, do Iron Maiden? No meu caso, a banda que me apresentou ao metal foi “Symphony X”, um grupo progressivo de Seattle, EUA.
A primeira música que ouvi deles foi a “Of Sins and Shadows” (De pecados e sombras) uma “pancada” nos ouvidos de quem não está acostumado com o estilo. Mas eu gostei de cara... E muito. Um amigo, na oitava série, me emprestou um CD de uma coletânea que vendia em uma revista. Vinha com uma miscelânea de músicas de várias bandas, que infelizmente não lembro o nome: mas isso foi em 2000.
Quem me acompanha nos meus canais, e já assistiu a podcasts/entrevistas que participei, sabe que estou sempre falando da influência dessa banda na minha vida e carreira. Mas foi em 2002 que o grupo marcou minha vida de vez: nesse ano eles lançaram o álbum “The Odyssey” (A Odisseia) - que só pelo nome a maioria já sabe de onde vem a influência: da obra, de mesmo nome, escrita por ninguém menos que Homero.
A faixa-título tem 25 minutos: nunca tinha ouvido uma música tão grande assim. E, curiosamente, a mais longa que já tinha ouvido também era do Symphony X de um álbum lançado uns anos antes: “The Divine Wings of Tragedy” (As asas divinas da tragédia) baseada em outro clássico da literatura mundial: Paraíso Perdido, de John Milton.
Deu pra perceber que Symphony X é bom em cantar clássicos, né?
Senhoras e senhores, como eles são bons! Aliás, estou contando os dias pra ver os caras ao vivo em São Paulo, dia 27 de julho.
Mas então, no caso do álbum “The Odyssey”, a faixa com o mesmo nome é a última: os músicos conseguiram fazer um resumo de toda a história da Odisseia, destacando as passagens mais icônicas como os ciclopes, Circe, o submundo e a chegada triunfante de Odisseu em Ítaca, sua ilha natal.
O sentimento que a música transmite com o vocal poderoso de Russel Allen consegue captar todo o sentimento de quem já leu a Odisseia
No meu caso, nos meus 16 anos de idade na época, eu ainda não tinha lido. Mas devido a esse álbum decidi ler e conhecer melhor a inspiração por trás daquela obra que me marcou tanto... E Homero me marcou a partir dali.
Já li a Odisseia toda pelo menos quatro vezes; mas com certeza já li muito mais porque vira e mexe estou pegando o livro e lendo minhas partes preferidas quando sinto saudade.
Aquele adolescente, ainda no segundo ano do Ensino Médio, teria a vida transformada a partir dali.
A partir daquele momento eu sabia o que queria ser quando crescesse: professor de literatura e história: e hoje, quem diria, sou os dois. E consigo compartilhar meu amor pela história e literatura, para milhões de pessoas, com meus canais Brasão de Armas e Impérios AD.
Aqui eu estou contando um pouco da minha experiência para vocês, estimado leitor da Gazeta do Povo, como testemunha de como as mídias, nesse caso, a música, pode transformar definitivamente - e para o bem - a vida das pessoas.
Conteúdo editado por: Aline Menezes