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Causou um certo burburinho coluna publicada por Flávio Ricco, na qual o autor expõe sua indignação com erros cometidos pela personagem Valdirene (Tatá Werneck), na novela Amor à Vida.

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Apesar de válida, a crítica tem uma comparação equivocada. Primeiro, há muita gente, sim, que não sabe falar Big Brother nesse Brasil afora. A Valdirene com certeza não é a única. Segundo, a comparação é infeliz porque não vejo problema em mostrar uma personagem falando inglês errado. Não é nosso idioma, não temos nenhuma obrigação. Quando vamos para fora do país, ninguém se esforça em aprender nossa língua, então por que temos que fazer isso? Agora, quando o autor se refere ao “vareia” de renato Aragão, daí, sim, é preciso concordar. É um grande desserviço quando personagens populares insistem em determinados erros para se “aproximarem” do público. É o caso do personagem Carlito/Palhaço, da mesma dramaturgia, que fala com excesso irritante de gerúndios.

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Mesmo que a novelas tenham a função de, além de entreter, mostrar variações linguísticas no Brasil, o excesso pode levar a uma “educação às avessas”. É natural o raciocínio “se o personagem fala assim, então está certo eu falar também”. Ainda que algumas pessoas duvidem do poder das novelas no Brasil, é inegável sua influência. E seu legado pode ser ainda mais danoso. Lutar pelo uso minimamente correto do nosso idioma é uma forma de fortalecê-lo e mantê-lo vivo.

Mostrar variações é extremamente válido e até salutar. Porém, qualquer exagero é prejudicial, já que pode gerar um grande prejuízo à comunicação e ao uso da língua portuguesa.