O clima esquentou no debate de ontem e não atingiu apenas candidatos, mães e afins. Também atingiu a língua portuguesa. O texto de improviso é sempre mais propício a erros, já que temos que pensar rápido e formular frases coesas e coerentes em um tempo exíguo.
Foi isso que aconteceu no debate de ontem, principalmente nos dois últimos blocos. Muitos candidatos, talvez por perceberem a chance derradeira de falar ao eleitor de forma direta e ao vivo, atacaram e foram atacados.
Como é de praxe, os erros recorrentes foram de concordância e uso de frases inconclusivas. Surgiram frases como “Sem discriminação político ou partidária”, “4 bilhões e meia de dívidas”, “Os indecisos representa mais de 40% da população”, “Um grupo de mulheres que estavam indecisa, “O líder dos camelô de Londrina” e “Desenvolvimento dessa estado”. Realmente, problemas na concordância foram o ponto alto do debate.
Além disso, alguns candidatos fizeram uma confusão tão grande na estruturação de frases que algumas delas foram incompreensíveis, como “Todos têm que ser feito a duplicação” ou ainda “Sua presidente que você teve oportunidade de exercer um ministério”. Além da cacofonia (quando a junção de duas palavras forma uma terceira bem feia), em “presidente da república dela“.
De modo geral, o nervosismo tomou conta do debate nos últimos blocos, o que compromete muito o uso da linguagem. Os candidatos passaram a utilizar mais termos coloquiais, informalidade e também gírias. Apesar de ser uma prática comum na oralidade, o excesso de informalidade não soa tão bem em um debate entre candidatos
Na próxima quinta, é a vez de os candidatos à presidência fazerem seu último debate. A Toda Letra estará a postos para analisar, aprender e também se divertir com o uso da língua portuguesa. Quer acompanhar? Siga @todaletra_ e curta nossa página. Até lá!