No post da última segunda (9/9), falamos sobre o uso da vírgula antes do E. Assim, como o E, o OU também é motivo de dúvida quando o assunto é pontuação. Já ouvi várias vezes pessoas dizendo que não colocam vírgula antes de OU porque “não pode”. Vamos lá… A vírgula antes de OU não só pode como, às vezes, é obrigatória. Vejam a frase:
Nessa fase do processo, falta o pai do adolescente dar seu depoimento, ou a mãe, caso o primeiro não compareça.
Na frase, a expressão “ou a mãe” está em ordem indireta, o que gera vírgulas obrigatoriamente. Se o elemento está fora da ordem direta, automaticamente ele será isolado por vírgulas. Na ordem direta da língua portuguesa, essa frase seria escrita da seguinte forma:
Nessa fase do processo, falta o pai ou a mãe do adolescente dar seu depoimento.
Importante ressaltar que, se a frase fosse escrita na ordem direta, deveria haver mais uma oração explicando por que há a opção de um ou outro dar depoimento. Observe que escrever na ordem indireta às vezes pode simplificar a mensagem.
Nessa fase do processo, falta o pai ou a mãe do adolescente dar seu depoimento. A mãe será ouvida caso o pai não compareça.
Outro caso em que o OU vem precedido de vírgula é na expressão OU SEJA, que sempre vem isolada por vírgulas.
Eles não fizeram a tarefa, ou seja, ficarão de castigo.
A confusão com a vírgula antes do OU vem de duas situações diversas: quando a palavra separa apenas vocábulos ou quando separa orações. No primeiro caso, realmente não há vírgula. A única exceção é quando há termos intercalados. Veja os exemplos:
Estou em dúvida se vou ao cinema ou ao parque. (sem necessidade de vírgula)
Estou em dúvida se vou ao cinema, agora à tarde, ou ao parque. (as vírgulas são necessárias devido ao termo intercalado “agora à tarde”)
Já no segundo caso, ao separar orações, o OU pode ser precedido por vírgula, apesar de nem todas as gramáticas serem unânimes em relação a essa pontuação:
Vocês preferem marcar o jantar para hoje à noite, ou querem deixar para amanhã?
De uma forma ou de outra, esse post é para lembrar que pouquíssimas regras no português podem ser fechadas em “pode” ou “não pode”. Falaremos sobre isso no próximo post, quando abordaremos o “risco de vida” e “risco de morte”. Até lá!
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