Ao contrário dos últimos debates, o grande destaque do debate de ontem com candidatos à presidência foi o uso da linguagem não verbal pelos candidatos. O próprio fato de terem que se levantar e de se colocarem frente a frente fez com que a linguagem corporal aparecesse mais em vista de outros debates mais estáticos.
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O uso das mãos é um forte indicativo da personalidade de cada candidato. Dilma Rousseff mantém as mãos espalmadas e viradas para baixo, o que indica austeridade e até autoritarismo. A pontuação da fala com a mão fechada, como fazem Marina, Aécio e Luciana Genro é uma estratégia para também pontuar o pensamento e ajuda a organizar melhor o que vai falar. Já as mãos espalmadas para cima indicam benevolência e sinceridade. Eduardo Jorge, Aécio e Marina usaram esse recurso algumas vezes.
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Outro ponto forte foi a análise das “caras e bocas” dos candidatos. Com a proximidade entre eles na hora de serem questionados, era muito fácil perceber se olhavam de cima para baixo, diretamente nos olhos, se levantavam as sobrancelhas ou se deixavam escapar sorrisos irônicos. Dilma e Aécio foram campeões neste último quesito, especialmente quando o embate era entre eles mesmos. A ironia prevaleceu nas palavras e também nos seus gestos.
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Levy Fidélix, acuado desde o início devido à sua posição absurda e homofóbica de segunda-feira, no debate da Record, mostrou isso também na linguagem do corpo e rosto. Passou o tempo todo carrancudo, batia os dedos insistentemente na bancada e se mexeu bastante na hora de dar as respostas mais difíceis.
Pastor Everaldo foi o mais neutro em relação à linguagem não verbal. Mexeu bastante as mãos na hora de falar, em movimentos descoordenados com sua fala, o que indica nervosismo.
Um dos momentos tensos do debate foi consequência de um gesto. Luciana Genro, em uma pergunta a Aécio, disse: “Você que anda de jatinho e ganha um grande salário, não sabe a realidade do povo. Tu é tão fanático das privatizações e corrupção que você chegou a ponto de fazer um aeroporto com dinheiro público e entregou as chaves para o seu tio”. Aécio, com dedo em riste, disse: “Não seja leviana”.
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Na mesma hora, Luciana revidou: “Não levante o dedo para mim!”. Apontar o dedo para alguém é um dos gestos mais antipáticos e mal educados que podemos fazer. Significa não só falta de educação, mas também arrogância e presunção, adjetivos péssimos para quem quer se eleger a um cargo político.
Especialistas apontam que, quando nos comunicamos, cerca de 80% de nossas mensagens vêm da linguagem não verbal, cuja leitura é imprescindível para conhecer melhor o candidato. Portanto, fique sempre atento ao que está por trás das palavras. E bom voto no domingo!
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