Nesta semana, falaremos sobre o novo acordo ortográfico da língua portuguesa. Apesar de ele já ter sido cantado em verso e prosa, há algumas questões que merecem atenção, como mudanças no uso do hífen e a perda dos acentos diferenciais (para – verbo e para – preposição) e em ditongos abertos (ideia, assembleia).
Antes de tudo, no entanto, vale entender por que o tal acordo surgiu. Falada por cerca de 220 milhões de pessoas no Brasil e no mundo — aproximadamente 200 milhões de brasileiros, outros 10,5 milhões de portugueses e demais falantes em países africanos e em comunidades na Ásia e América — a língua portuguesa figura entre as cinco primeiras posições das mais faladas do planeta.
No entanto, até 2009, era o único idioma ocidental a adotar duas grafias oficiais. O Novo Acordo das Regras Ortográficas da Língua Portuguesa surgiu justamente para unificar essa grafia oficial. Proposto em 1990 pelo brasileiro Antonio Houaiss (1915-1999), o processo levou quase 20 anos para ser finalizado. Isso porque era necessário que três países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) assinassem o acordo. Os primeiros foram Brasil e Cabo Verde, e em 2008 São Tomé e Príncipe concedeu a terceira assinatura, o que fez valerem definitivamente as novas regras.
As mudanças na língua portuguesa do Brasil passam pelas regras de acentuação, uso do hífen e número de letras do alfabeto e vão valer definitivamente a partir de 1 janeiro de 2016. Já para os outros países (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), essas mudanças estão mais restritas à grafia das palavras. O único país, hoje, que já adota apenas as novas regras é Cabo Verde. O restante ainda está em processo de transição, como o Brasil.
Quer saber as principais mudanças do novo acordo? Leia nossos próximos posts desta semana!
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