A votação que definiu a abertura do processo de impeachment no último domingo não mostrou apenas o desdém da classe política por seus eleitores. Evidenciou também o desprezo pela língua portuguesa. Nas redes sociais, os internautas brincaram que houve o “impeachment dos plurais e da concordância verbal”.
Erros grotescos de concordância (especialmente o mais simples da regra que é concordar plurais simples), redundância e até incoerência ideológica foram a tônica das falas dos deputados ao darem seus votos. Listamos abaixo alguns (só alguns!) deles:
Veja alguns dos erros cometidos:
“Pelos evangélico”
“Pelos picareta”
“Por tudo que Luma e Dilma fez pelo Brasil”
“Pelos corretor de seguros”
“Com isso, ocorre a perca total”
Por aulas de Português aos nobres congressistas! Quantos erros, meu Deus!
— Walcyr Carrasco (@WalcyrCarrasco) 18 de abril de 2016
Mais do que desprezo com a língua, os discursos expuseram um dos inúmeros lados sombrios desse congresso: a incompetência linguística de quem usa a comunicação para conquistar o lugar onde está.
RESULTADOS:
SIM: 367
NÃO: 137
Abstenções:7
Esposas :120
Amantes :200
Filho falar “que mico!”:300
Professor de português com infarto:124218— Hilda (@HildaPilegg) 18 de abril de 2016
Por essa razão, tenho que concordar com várias avaliações já escritas sobre aquele triste momento de domingo: esse é também um reflexo de seu povo, carente de boa educação, refém de sistemas defasados de ensino da língua e indiferente ao fato de que a comunicação, apesar de essencial para nossa convivência em sociedade, muitas vezes é instrumento de manipulação a ponto de fazer com que aqueles deputados tenham chegado ao congresso.