O nosso entrevistado de hoje é o Eduardo Müller, engenheiro mecânico, com uma vasta experiência fora do país e no Brasil com softwares - e foi membro fundador da Receita Previsível no país. Além de atuar há sete anos como empreendedor, ele trabalha na B2B Stack, uma empresa de SaaS que existe para todos aqueles que querem recursos para descobrir, procurar, selecionar, comprar e gerir todos os softwares empresariais para operar com produtividade.
Para quem não sabe, o Software as a Service (SaaS) é um software na nuvem que serve como um instrumento para digitalizar serviços essenciais para empresas de diversos segmentos e tamanhos. Hoje, existem inúmeros softwares diferentes. Por isso, a B2B Stack é o elo entre seus clientes e os softwares que eles precisam. Vale ressaltar que o modelo é totalmente gratuito. Além disso, a empresa tem por volta de 1 milhão de acessos por mês e está há quatro anos no mercado, além de ter uma ótima relação com milhares de fabricantes de softwares.
Em nossa entrevista, questionamos Eduardo a respeito de sua opinião sobre uma matéria do site Consumidor Moderno com o título: “Estudo aponta que 90% dos clientes reclamam diretamente com a empresa – resolver é outra história”. Sobre isso, Eduardo afirma que isso traz uma mudança da tendência que se tinha no mercado da contratação de softwares por contratos longos. Esses softwares eram contratados, mas a implantação acabava ficando sob a responsabilidade do contratante, o que gerava dor de cabeça pelos problemas que demoravam a ser solucionados. Atualmente, a realidade mudou.
Hoje, ele vê com bons olhos essa reclamação diretamente com a empresa porque acredita que é uma forma de as empresas estreitarem os laços com seus clientes e resolverem problemas comuns no mundo dos softwares. É por isso que, para ele, com essa maior adesão ao SaaS, ou seja, do software por assinatura, viu-se um crescimento do olhar sobre o Customer Success, no passado chamado de pós-venda.
A partir desse olhar, a venda não termina quando o cliente assina um contrato, mas ela é contínua, com o objetivo de engajar o cliente para não cancelar esse contrato e optar por um SaaS que outra empresa oferece. Nesse sentido, é essencial o suporte para atender a chamados de reclamação dos clientes. No entanto, para além disso, um bom atendimento também pode levar o cliente a se tornar um promotor de um serviço que soluciona os problemas que aparecem pelo caminho.
Em um mundo que oferece tantas opções de SaaS, a pergunta que fica é: como testá-los sem perder tempo e investir dinheiro?
Eduardo diz que, antes de perder muito tempo com testes, as empresas precisam pensar em quais problemas precisam ser resolvidos com os softwares de digitalização. Depois dessa delimitação, para empresas menores, o teste que deve ser feito deve envolver, consequentemente, um número menor de pessoas. Esse grupo pequeno já sabe qual problema precisa ser resolvido, qual investimento poderá ser feito e quais detalhes precisam ser observados, como idioma, escalabilidade e integração com outros produtos.
Já nas empresas maiores, essa análise, além dos pontos destacados para as empresas menores, se torna mais complexa e precisa ser pensada entre departamentos. Assim, é preciso que o gestor da área que será mais diretamente afetada pelo software contratado determine o que será necessário. Depois, um responsável da gestão financeira da empresa precisa analisar o investimento necessário e possível.
Além disso, é importante entender também como o produto será cobrado: por boleto ou em outra moeda, se o software for estrangeiro. O TI também precisa analisar se esse programa promove uma boa gestão de uso, se é seguro, se pode ser integrado a outros produtos e softwares da empresa e, por fim, se a migração para outro software é facilitada. Ou seja, a complexidade aumenta por envolver vários setores e áreas da empresa. Então, se for possível fazer um teste do software antes de fechar contrato, essa avaliação multidepartamental poderá ser feita.
Em resumo, deve-se verificar se, dentro da estrutura da empresa, o SaaS será útil às necessidades determinadas. E, caso seja possível, um teste do produto é recomendável antes da sua contratação, é claro.
Sobre a comparação com outras plataformas, em geral voltadas ao serviço B2C, como o TripAdvisor, por exemplo, pode-se dizer que empresas como a B2B Stack se torna um grande elemento que está por trás do serviço oferecido, que é a confiança, ou seja, se vê um processo de compra facilitado em escala, por meio de uma comunidade que compartilha essa confiança no produto ou serviço contratado.
Nesse sentido, apesar de o software ser algo que fornece um produto a uma empresa, a comunidade e o que ela fala sobre esse produto é um fator importante a ser considerado em um momento de pesquisa sobre o que se quer contratar para solucionar um problema de uma empresa. Dessa forma, os reviews de outras empresas devem ser considerados. Outra visão é a de treinar o mercado para entender as categorias de softwares e quais empresas são atendidas por eles.
Com o mercado de SaaS em crescimento, eventos como o SaaStock vêm se tornando cada vez mais comuns. Por isso, é importante a participação das empresas que desenvolvem software no Brasil nesse tipo de evento.
Para entender, como dissemos, o SaaStock é um evento de SaaS. Pensando no crescimento do SaaS no mundo, eles se tornem necessários pela relevância dos softwares nas empresas atualmente. É neles que se encontram diversos produtos que servem e solucionam os problemas de diversas áreas.
Pensar sobre esses problemas tem se tornado uma necessidade, inclusive da B2B Stack, para trazer grandes nomes de empresas que desenvolvem SaaS. Sendo assim, o objetivo é dar ferramentas para que clientes julguem o que é melhor para solucionar problemas de suas empresas antes dos softwares serem escolhidos.
Ademais, segundo a mais recente pesquisa da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o Brasil vai ter em breve um grave déficit de desenvolvedores de softwares. Considerando isso, questionamos Müller sobre qual é o futuro do Brasil no mercado de SaaS. Ele afirmou que, pensando nesse déficit, fica clara a necessidade de refletir sobre a falta desses desenvolvedores. É necessário, portanto, considerar a formação desses profissionais no país.
Isso porque a realidade atual é de as empresas gastarem mais com softwares cada dia mais. E a tendência disso é aumentar, porque os SaaS afetam positivamente a produtividade das empresas. Hoje, o nascimento de softwares em áreas específicas no Brasil é algo cotidiano. Por isso, demonstra-se uma necessidade de que talentos sejam desenvolvidos no nosso país com um viés de oportunidade para empresas B2B crescerem nacionalmente.
Seguindo essa tendência, o B2B Stack, por ser uma plataforma gratuita, é uma oportunidade interessante para empresas que buscam reduzir gastos por meio dos softwares disponíveis, além das informações trazidas na plataforma visando informar as empresas sobre os softwares disponíveis no mercado.
Por fim, devido ao desenvolvimento tecnológico e ao que ele tem trazido de benefícios para empresas dos mais variados segmentos, esperamos, nesta matéria, ter demonstrado a importância de considerar o SaaS como solução de problemas. Essa solução contribuirá para o dia a dia e a produtividade de empresas de pequeno a grande porte.