Para falar de sucesso profissional, conversamos com Luciano Santos, que se define como um profissional de dois mundos. De um lado, ele tem vasta experiência na indústria de tecnologia, em empresas como UOL, Google e Facebook. De outro, ele é também produtor de conteúdo em redes como LinkedIn e Instagram, há mais de cinco anos, sobre educação corporativa, além de atuar como mentor profissional de centenas de pessoas.
Ele também é autor do livro “Seja egoísta com a sua carreira”, que figura entre os livros mais vendidos da categoria desde o seu lançamento, em 2021, com quase 50 mil cópias vendidas. Luciano afirma, com razão, ter muito orgulho de sua trajetória profissional, especialmente por ter ocupado cargos executivos de duas big techs.
Seus mais de 750 mil seguidores nas redes sociais comprovam a importância de tratar sobre carreira e gerar conteúdo de qualidade para que as pessoas reflitam sobre esse tema e busquem encontrar mais satisfação em seu caminho profissional. Sua missão é levar conhecimento, boas práticas e bons exemplos para o mundo corporativo para que as pessoas alcancem satisfação em uma área tão importante que é o trabalho e a carreira.
No livro de Luciano, “Seja Egoísta com a sua Carreira”, há uma afirmação forte que diz: "Dê o seu sangue por sua carreira, não por um emprego e não por uma empresa. Se a sua carreira cresce, todo o resto vai bem. ASSUMA O CONTROLE, SEJA EGOÍSTA COM SUA CARREIRA.”
Diante desta afirmação, fica a pergunta sobre como um profissional pode realmente ser egoísta com a carreira profissional que escolheu. Sobre isso, Santos inicia explicando o título de seu livro, que pode parecer controverso, devido ao estigma da palavra “egoísta”.
Em primeiro lugar, é de praxe que, quando se fala em trabalho, considere-se e se coloque energia em diversas questões, como hábitos antigos e opiniões alheias, e se deixe de lado o que mais importa: você. Nesse sentido, o egoísmo traz essa perspectiva de olhar mais para si.
Somado a isso, ao olhar para a palavra “egoísmo”, seu significado nada mais é do que se colocar em primeiro lugar, priorizar-se sem machucar as outras pessoas nesse processo. É considerando este significado que “ser egoísta” deve ser tomado, ou seja, um egoísmo virtuoso, que beneficia você, as pessoas à sua volta e, inclusive, a empresa.
Quando as pessoas colocam seus esforços apenas na empresa, todos perdem. Pensando nisso, Luciano destaca que viu diversos profissionais que, após 10, 15 anos, trabalhando em uma mesma empresa, forma demitidos e se revoltaram. Isso porque deixaram de estudar, de se atualizar em sua área, e viveram imersos no mundo de uma só empresa.
Esse comportamento não traz ganhos para ninguém, nem para profissionais nem para empresas. As próprias empresas passam a olhar profissionais estagnados e percebem que eles não servem mais para as demandas, que estão em constante mudança e atualização. Diante disso, quando um profissional olha para si e para a sua evolução profissional e busca crescer individualmente, esse crescimento e os ganhos do conhecimento adquirido se expandem para a empresa também.
Ao analisar modelos de contratação, Luciano acredita que nenhum modelo é ruim em si, mas sim o processo como ele é colocado em prática. Para ele, é preciso considerar que, ao buscar um profissional, é importante saber que os candidatos devem ser olhados em sua totalidade e pluralidade. Dessa forma, os processos de contratação precisam estar em constante adaptação aos indivíduos que participam deles. Nesse sentido, não há uma fórmula, uma receita para contratar alguém, mas é preciso ser flexível e adaptar os processos dependendo de quem está sendo avaliado e entrevistado.
Relacionado a esse aspecto, perguntamos a Luciano como uma pessoa que mente em uma entrevista pode ser identificada. Sobre isso, ele diz que é aí que se mostra mais importante a flexibilidade de um processo seletivo e de um entrevistador. As perguntas precisam ser feitas de modo inteligente e aprofundado sobre o assunto em questão, para que qualquer inconsistência ou mentira possa transparecer nas respostas do profissional entrevistado. Além disso, é claro que checar as informações trazidas é fundamental. Nesse aspecto, ter um bom networking pode ajudar nesse processo de verificação de experiências trazidas por quem concorre a uma vaga.
Voltando ao livro “Seja um egoísta com a sua carreira”, Luciano retorna ao passado, aos motivos pelos quais decidiu escrevê-lo. Ao iniciar a produção de conteúdo, ele percebeu o quanto as pessoas eram infelizes com suas carreiras e como ele, com sua experiência, poderia ajudá-las a alcançar mais satisfação profissional.
Diante dessa constatação, ele uniu boas práticas que vivenciou em sua carreira para construir uma obra que fosse uma espécie de apanhado de mentorias aos seus leitores. Obviamente, nem tudo será utilizado e praticado por todos, mas o conteúdo ali presente poderá ser selecionado de forma a ajudar cada um de acordo com seus objetivos e necessidades.
Para destacar um desses conteúdos, o autor traz a importância de declarar as suas intenções, aonde se quer chegar. Essa comunicação clara, para Luciano, é essencial. Outro ponto de destaque para ele é saber gerenciar o seu líder, saber que ele também é uma pessoa com medos, pontos a serem desenvolvidos, como você, mas com um escopo diferente do seu. Sob esse olhar, gerenciar seu líder, lidar com seus pontos fortes e fracos, pode ajudar não só o seu processo no dia a dia do trabalho, mas também o resultado alcançado ao fim de um período.
Para finalizar, Luciano desvenda como um profissional constrói uma marca forte para ser visto e lembrado pelas empresas. O caminho, segundo ele, é solucionar problemas, não apenas aqueles claramente apresentados.
Para além disso, deve-se buscar quais problemas se apresentam na empresa e que podem ser resolvidos e, de fato, solucioná-los. Isso deve ser feito independentemente do escopo de um cargo, mas pensando no que pode melhorar em uma determinada situação para toda a empresa. Ou seja, para ser visto e lembrado, um profissional deve pensar e fazer além do que é esperado de seu cargo em uma empresa. Isso trará um benefício para a sua imagem e para a sua carreira, é uma forma de priorizar sua carreira, pensando em ganhos não apenas para você, mas também para o lugar onde você trabalha.
Por fim, ao tratar de carreira, esperamos que a experiência e o conhecimento apresentados ajudem você a entender como ser egoísta de maneira virtuosa, pensando e agindo tendo em vista seus objetivos e aonde se quer chegar. Isso, como vimos, será bom, primeiro para o seu caminho profissional, depois para as pessoas a sua volta e, também, para as empresas por onde você passar.
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