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O Vaticano voltou a ser a Geni da vez ao criticar a escolha, para o Prêmio Nobel de Medicina, do britânico Robert Edwards, pioneiro da fecundação in vitro.

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O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, lembrou que, se hoje andamos discutindo o destino de milhares de embriões congelados que sobram em clínicas de fertilização, é por causa justamente dos processos de fecundação in vitro. É ou não é verdade? Claro, alguém poderia dizer que essa farra de embriões excedentes é um abuso da técnica, e, como dizemos, “o abuso não tolhe o uso”. Mas será mesmo um abuso? Entrevistei um geneticista há alguns anos e, segundo ele, é inviável criar apenas um ou dois embriões para implantar no útero. A chance de dar errado é grande, e isso exigiria repetir novamente toda a técnica de fertilização, o que tem seu preço (e não é baixo).

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O presidente da PAV ainda afirmou que, na melhor das hipóteses os embriões estão à espera “para serem transferidos para o útero, mas mais provavelmente acabarão por ser descartados ou morrer”. Além disso, hoje a reprodução assistida está num estado de confusão, “com a situação incompreensível de crianças nascidas de avós e mães de aluguel”. No fundo, o que o monsenhor espanhol está querendo dizer é que devemos fazer uma discussão sobre o que significa exatamente um filho ou um embrião. A Federação Internacional das Associações Médicas Católicas também soltou um comunicado, do qual ressalto alguns trechos: “Embora a fertilização in vitro tenha levado alegria para os muitos casais que puderam ter filhos por esse processo, fez isso a um custo enorme. Muitos milhões de embriões foram criados e descartados durante o processo da fertilização (…) Este uso conduziu a uma cultura na qual eles são considerados como commodities em vez de preciosos indivíduos humanos, que é o que eles são.”

Nessas horas é bom lembrar o que disse, em Brasília, o geneticista francês Jerome Lejeune, descobridor da anomalia que leva à Síndrome de Down: “No comportamento social, separar o prazer e o amor da reprodução e, por consequência, do filho, é um erro de método. Isso pode assim ser resumido: a pílula significa fazer amor sem fazer filho; a fecundação extracorpórea significa fazer filho sem fazer amor; o aborto significa desfazer o filho e a pornografia ou promiscuidade significam desfazer o amor. Nada disso é compatível com a dignidade humana.”

O Tubo de Ensaio se inscreveu tardiamente no prêmio TopBlog 2010. Como não havia categoria de ciência, estou concorrendo na categoria Blogs profissionais/Religião. Para votar, é só clicar no selo ao lado. Não precisa de cadastro: na hora de votar você coloca seu nome e e-mail, e depois recebe uma mensagem com um link para validar seu voto.

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