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OK, o título é um pouco sensacionalista, mas foi de propósito.

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Ontem, no LiveScience.com, eu vi um texto bem curioso. É sobre um modelo matemático que poderia prever com que velocidade a predisposição genética à religiosidade poderia tomar conta do mundo.

Partindo do pressuposto de que exista um gene que predispõe as pessoas a serem mais religiosas (e dizem por aí que ele já foi descoberto), o professor Robert Rowthorn explica que, como as famílias religiosas normalmente têm mais filhos que as não religiosas, e isso ocorre independentemente de classe social ou nível educacional, o tal “gene da religiosidade” poderia se espalhar rapidamente por uma população. Em um dos modelos, levaria dez gerações para um grupo que hoje responde por 0,5% da população chegar a 50%. Alguns fatores poderiam segurar esse processo: por exemplo, se muitas pessoas criadas em lares religiosos abandonarem a fé. Mesmo assim, o tal gene ainda estaria se espalhando.

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É curioso, mas eu não ponho a mão no fogo por isso. Tenho muito respeito pelo John Cleese, ele fez um grande trabalho no Ministério de Andares Idiotas, mas que eu saiba não existe nada realmente sério sobre o tal “gene da religiosidade”, por mais que o professor Rowthorn diga enfaticamente que “todo mundo que trabalha nessa área sabe que existe uma base genética para a religiosidade”. Além disso, se é possível que uma pessoa com o tal gene acabe vivendo de um modo mais secular, o contrário também é possível: pessoas sem a predisposição poderiam ser bastante religiosas.

Genética à parte, o que parece é que os religiosos realmente têm, como disse Dinesh D’Souza em A verdade sobre o Cristianismo, uma “vantagem evolutiva” ao terem famílias grandes em uma sociedade secularista, onde filho passou a ser visto não como alegria, mas como despesa. Considerando que a influência familiar é talvez a mais forte no caso da religiosidade ou da falta dela (mais que a faculdade, como já tivemos a chance de ler aqui no Tubo), pais religiosos com muitos filhos realmente têm mais chance de que pelo menos uma boa parte deles continue a prática, enquanto aqueles filhos que deixarem a fé e adotarem um modo de vida mais secularista dificilmente terão muitas crianças. No entanto, e é por isso que eu ressaltei o “parece” lá no começo do parágrafo, a minha percepção é a de que o secularismo avança, em vez de se retrair. Pelo menos tem sido assim. Só o tempo vai nos dizer se a sedução do secularismo é mais forte que a “vantagem evolutiva” dos religiosos, ou se o secularismo chegou ao seu auge nos nossos dias e deve começar a retroceder.

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