Anteontem eu disse que a televisão estava vivendo uma entressafra de Sudário de Turim na Semana Santa desse ano. É que não vai dar tempo de produzir nada sobre um livro que está saindo exatamente hoje nas livrarias italianas. É Il Mistero della Sindone (“O Mistério do Sudário”), do jornalista Saverio Gaeta e do professor Giulio Fanti, da Faculdade de Engenharia da Universidade de Pádua.
O jornalista Andrea Tornielli conta, no site do jornal La Stampa, de Turim (onde o Sudário está guardado), que foram feitos três novos testes, dois químicos (usando infravermelho e espectroscopia) e um mecânico, em um pedaço do pano que foi retirado para os exames de 1988, e que foi entregue a Giulio Fanti por um membro da equipe que fez as pesquisas que em 2013 completam 25 anos.
Um dos testes datou o pano de 300 a.C. com margem de erro de 400 anos; o segundo deu como resultado 200 a.C. com margem de erro de 500 anos; e o terceiro indicou como data do pano 400 d.C. com margem de erro de 400 anos. Ou seja, o Sudário seria, mesmo, da época de Jesus, e não uma farsa medieval.
Aqui faço a ressalva que sempre costumo fazer quando se trata de Sudário. Os resultados do teste, que também serão divulgados em publicações científicas, indicam que o pano é contemporâneo de Jesus, e só. Esses testes, em específico, não têm a finalidade de indicar se o sudário era um pano mortuário, muito menos se foi o tecido que envolveu o corpo morto de Cristo após a crucifixão. Pelo menos no nosso estágio atual de conhecimento, é mais fácil sabermos o que o Sudário não é (não é uma farsa medieval, não é uma pintura etc.). Afinal, há afirmações sobre a natureza do Sudário que dependem mais da fé que da ciência.
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