Lá em 2008, houve um certo burburinho quando se “descobriu” que o papa Bento XVI, quando cardeal, era doador de órgãos (não pude confirmar, mas parece que o “quando cardeal” é importante nesse caso específico porque, suponho, os ritos fúnebres de um pontífice inviabilizam a doação de órgãos). Parte do burburinho se deveu ao fato de a “revelação” sobre o cartão de doador do cardeal Ratzinger meio que coincidir com um debate que surgiu no L’Osservatore Romano sobre a validade do critério de morte encefálica para se determinar o fim da vida (esse, aliás, foi um dos primeiros temas tratados no Tubo de Ensaio).
(só para deixar claro, a doutrina católica não tem absolutamente nada contra a doação de órgãos. O Catecismo da Igreja Católica diz, no n. 2301, que a doação é legítima e pode ser meritória).
Bom, imagino o que essas pessoas que ficaram perplexas com a disposição do cardeal Ratzinger de ter seus órgãos doados pensariam da iniciativa conjunta entre a Arquidiocese de Curitiba e a Central Estadual de Transplantes…
Acontece que, na manhã deste domingo, na PUCPR, ocorre o II Seminário Arquidiocesano de Valorização e Promoção da Vida, organizado pela Comissão Família e Vida da Arquidiocese de Curitiba, com apoio da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba, do mestrado em Bioética da PUCPR, do Núcleo Arquidiocesano de Bioética de Curitiba, do Centro de Planejamento Familiar de Curitiba, da Rede Evangelizar de Comunicação e das Paulinas Serviços de Comunicação. Mas, além disso, este fim de setembro marca a Campanha Estadual de Doação de Órgãos e Tecidos, uma iniciativa do governo do estado. A Pastoral da Saúde da arquidiocese entrou na onda e promove, de 21 a 27 de setembro, a campanha “Doar Vida é gesto libertador”, focada na doação de órgãos. Juntando tudo isso, ficou resolvido que não havia ocasião melhor para o lançamento da iniciativa arquidiocesana que o seminário na PUCPR.
Então, quem for ao Seminário Arquidiocesano de Valorização e Promoção da Vida vai ter a oportunidade de se cadastrar como doador de medula óssea (é aqui que entra a Central de Transplantes). É uma chance ótima de poder ajudar a salvar vidas.
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