No blog 13.7, da NPR norte-americana, o físico brasileiro Marcelo Gleiser escreveu ontem sobre um campo muito especial onde se pode verificar a intersecção entre ciência e fé: a busca das três grandes origens (a origem do universo, a origem da vida e a origem da mente). Gleiser as chama de “o Santo Graal da ciência”.
Existe uma necessidade de saber de onde viemos, afirma o autor de Criação imperfeita. Então, não é à toa que existem tantos relatos da criação. Mas Gleiser afirma que, se a explicação para as três origens estivesse em meios meramente naturais, “as religiões que se baseiam em divindades que existem para além das leis da natureza precisariam passar por uma revisão profunda”. É uma afirmação um pouco imprecisa, pois depende de como cada religião define a relação entre Deus, o universo e o homem. É óbvio que uma religião para a qual Deus é o criador direto de tudo o que há precisaria repensar seus conceitos. Mas outras religiões lidam muito bem com o fato de haver um Criador pessoal que, no entanto, não precisa estar interferindo o tempo todo no processo criador. Basta lembrar, por exemplo, do conceito de “Universo fértil” do padre George Coyne.
Na sequência, Gleiser descreve o quanto já sabemos sobre cada uma dessas três origens. Não há dúvida de que vivemos em tempos muito interessantes, em que as descobertas se acumulam em uma velocidade impressionante. E elas trarão ainda mais fascínio em relação à criação, algo que, segundo Gleiser, religiosos e cientistas compartilham.
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