Fim de semana é tempo de descanso, mas nem por isso temos uma pausa nas novidades no campo da ciência e da religião. Confiram algumas notícias publicadas (ou descobertas por mim) nesses últimos dias.
Ainda capitalizando em cima do Grande Colisor de Hádrons, o jornal britânico The Times publicou uma lista muito curiosa de 30 ocasiões em que o mundo esteve para acabar, mas não acabou. A responsabilidade pela maioria dos casos de pânico mais ou menos generalizado foi de grupos religiosos, mas a ciência também contribuiu de vez em quando, seja por causa dos gases venenosos da causa do cometa Halley em 1910, ou de conjunções planetárias que teriam conseqüências catastróficas.
Sexta à noite a mídia online brasileira anunciou que, na Bélgica, cientistas haviam conseguido extrair células-tronco de embriões sem destruí-los. Isso teoricamente removeria um dos maiores obstáculos éticos à pesquisa com embriões, mas ainda deixa certas lacunas. Estaremos acompanhando os desdobramentos.
Também na sexta, esperava por mim na caixa de correio o mais novo número do jornal do Instituto Ciência e Fé, daqui mesmo de Curitiba. Entre os textos de que mais gostei, uma reflexão do professor Cícero Urban sobre a eutanásia, e a matéria de capa, enfocando o trabalho de conclusão de curso do estudante Luiz Henrique Macedo. Nela eu destaco a tipologia de Ian Barbour para as relações entre ciência e religião (voltaremos a falar disso assim que eu terminar de ler um livro do próprio Barbour), e pequenos depoimentos de cientistas e religiosos, com a visão de cada um sobre o tema. Vale a pena ler!
Editado às 15:43: só vi hoje a entrevista que minha colega Helena Carnieri fez com o físico Gabriel Guerrer, formado na UFPR e que trabalha no LHC. Publicada ontem, a entrevista traz uma pergunta que muito nos interessa:
Você acredita em Deus?
Não acredito no Deus bíblico, assim como não acredito na ciência como verdade absoluta. Acho que a vida é recheada de coisas que nunca compreenderemos, por uma limitação própria do ser humano. Assim, não vejo a Física como a descrição do que é e como funciona o Universo, mas como nós o entendemos. Deus, para mim, é a natureza, os seres-vivos, os sentimentos nobres. Aí, sim, digo que acredito em Deus e que estamos aqui para aprender, vivenciar, evoluir e ser felizes.