Como tive a oportunidade de dizer a vocês, o workshop sobre ciência e religião na América Latina, realizado em Oxford, foi uma oportunidade incrível para fazer contatos. Entre eles, estavam alguns integrantes da nova equipe diretora do Instituto Faraday para Ciência e Religião, da Universidade de Cambridge, como o diretor-associado, o oceanógrafo Meric Srokosz, e a diretora de cursos, a socióloga e teóloga Hilary Marlow. Eles tiveram a oportunidade de expor um pouco o trabalho do Faraday, com ênfase nos cursos de curta duração realizados fora da Inglaterra. Na América Latina, o Faraday esteve no México e na Guatemala, em maio deste ano (leiam um resumo em espanhol do curso na Cidade da Guatemala).
Pois bem, faltava a América do Sul. Durante o evento conversei rapidamente com a Hilary Marlow sobre a possibilidade de um curso em Curitiba. Era algo sobre o qual já tinha trocado algumas ideias com o diretor de cursos anterior, Rodney Holder, mas nunca foi adiante. Durante a apresentação do Faraday no workshop em Oxford, Hilary havia adiantado que havia conversas adiantadas para pelo menos dois cursos no Brasil, um em São Paulo e outro na Bahia ou Minas Gerais, agora não me lembro com precisão. Mas, dias atrás, todos os brasileiros presentes no workshop receberam um e-mail de Hilary sobre a possibilidade de cursos no país.
Ela fala de talvez dois cursos no Brasil e um na Argentina, mas dado o tamanho do país e a quantidade de interessados, imagino que no fim sejam realizados mais eventos; seria muito pouco ter apenas dois cursos no Brasil. Hilary diz que, do ponto do vista da agenda do Faraday, seria melhor agendar os cursos para 2015, ou no segundo semestre, ou no começo do ano.
Os cursos funcionam em parceria com instituições da região. O Faraday envia alguns conferencistas, mas também é preciso que pelo menos metade do elenco seja de palestrantes locais. Aliás, o Faraday dá aos anfitriões liberdade de escolher praticamente tudo sobre o curso, como o público-alvo (público geral, ou mais para a comunidade acadêmica, ou para líderes religiosos, por exemplo; isso influi na escolha e na abordagem dos temas), embora o Faraday deixe claro que as inscrições deveriam ser abertas a qualquer interessado; o tema do curso (um panorama mais amplo do diálogo entre ciência e fé, ou assuntos específicos como criação e evolução, cosmologia, bioética, neurociências…); a possibilidade de cobrar inscrições ou permitir entrada franca, e outras questões de caráter mais prático. Para que a viagem dos conferencistas do Faraday seja melhor aproveitada, a instituição local também fica encarregada de organizar outros eventos dos quais eles possam participar, além do curso propriamente dito, como conferências ou entrevistas.
A disputa no Brasil promete ser animada: entre os destinatários do e-mail de Hilary havia pessoas de São Paulo, Salvador, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Juiz de Fora (MG). A boa notícia é que já temos gente em Curitiba se mexendo para tentar trazer um curso para nossa cidade! Quem sabe daqui a alguns meses tenhamos boas notícias a respeito…
Aviso 1: O Instituto Faraday, mencionado neste post, concedeu uma bolsa para o blogueiro fazer um curso sobre ciência e religião em Cambridge em julho de 2011.
Aviso 2: A viagem do blogueiro a Oxford em setembro de 2013 foi bancada pela Fundação John Templeton e pela Universidade de Oxford.
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