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Na semana passada, os colegas Bruna Maestri Walter e Jonathan Campos percorreram áreas destruídas pelas enchentes em Alagoas e Pernambuco (vocês podem conferir parte do ótimo trabalho deles no blog da editoria Vida e Cidadania), e diante de situações como essas uma pergunta sempre aparece: como é possível que tais coisas aconteçam? Seja uma tragédia das proporções das que vimos no Nordeste, seja um vazamento no Golfo do México, seja um galho de árvore que cai e mata uma criança no Central Park, em Nova York, as pessoas querem saber de quem é a culpa, e nesse último caso o prefeito Bloomberg botou a culpa em Deus, como conta Nick Paumgarten nesse artigo para a revista New Yorker. O articulista diz que a British Petroleum adoraria poder jogar o desastre ambiental nas costas de Deus, mas isso parece um pouco improvável no momento.

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Mas, nos dois casos, galhos de árvores e petróleo estão fazendo o que costumam fazer: uns caem; o outro encharca pássaros e arrasa a vida animal e vegetal que estiver em volta. Paumgarten apresenta, como ponto de partida para a discussão, o pensamento de Austin Farrer, amigo de Tolkien e C.S. Lewis (para mim, duas das mentes mais brilhantes do século 20). Ele propôs o conceito de “ação dupla”, que Paumgarten resume na seguinte proposição: Deus faz as criaturas e os fenômenos, mas depois eles mesmos se tornam agentes, criando e agindo livremente. “Deus não apenas faz o mundo; Ele faz o mundo fazer a si mesmo”, diz o filósofo e teólogo de Oxford, morto em 1968. No entanto, um especialista no pensamento de Farrer afirma que a teoria, que se propunha a ser uma ponte entre ciência e religião, não pode ser usada indiscriminadamente. “Por um lado, a ação dupla está em todo canto, mas você não vai querer dizer que acidentes e imprudência são exemplos disso”, afirma Edward Henderson.

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